quinta-feira, 15 de dezembro de 2016



Afinal foi a comida

Parem tudo, parem tudo pois ao acordar não o encontrei junto de mim, parem tudo e procurem-nos pois sem ele não quero envelhecer, ele dava-me um toque de bons dias todas as manhãs, uma espécie de sino que salpica para fora quando é tocado com força e hoje tudo o que ouvi foi silêncio. Quando estávamos os dois numa qualquer tipologia de casa existia sempre sonoridade e normalmente era eu que o atropelava na conversação, ele dava-me uma festinha no cimo da cabeça e deixava que eu dissesse tudo e mais alguma coisa. A cama está maior sem ele e falta essa peça para tudo ficar completo. Ele é grande mas não ocupa muito espaço porque se estica todo e depois cola-se ao meu corpo, diria que é como a “cola tudo”, aquela que não despega nunca. Levantei-me triste pois Nós somos muito um do outro quando nos levantamos, é quando planeamos o Nosso dia e os Nossos afazeres. Encaminhei-me para a cozinha e eis que ele estava lá a comer a comer qualquer coisa: “Meu Amor, não tinha dado conta de que já estavas acordada, deu-me uma fera de apetite, quis devorar uma tigela de Nestum”. “Doeu-me tanto o coração sem ti, sem ti senti que não era capaz de existir”. “Estou aqui doce, doce para ti apenas para vivermos a Nossa Magnífica História de Amor Verdadeiro” “Yupi!”

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