terça-feira, 22 de março de 2011



(Alexis Mérodack-Jeanneau, "La Danseuse jaune")
Um coelho atrás de uma cenoura rolante foi atropelado por uma flor. Esta ficou-lhe com o gosto e comeu a floresta inteira. Sabes Sara, escasseiam as florestas. Mas as que há eu devoro-as como as minhocas doidas fazem com os frutos.
Rapaz, hoje escrevi três poemas enquanto esperava por ir trabalhar para o meu avó numa esplanada no Príncipe Real. Não sei se ficaram bem, às vezes é difícil de dizer. Depois de rever as Canções de Ternura, estou a rever A Vontade das Fogueiras, algo mais generalista, assinado pelo Bruno, talvez por ter poemas optimistas e por levar a Matilha em frente com os seus mil cavalos. Como te sentes rapaz, comigo ao teu lado? É fabuloso? A minha mãe acabou de gritar comigo. É mau! E mais uma vez: porque é que não podes estar comigo? Até podia ser à distância de um telefonema. Eu ligava-te toda tristonha e tu acalmavas-me. Aposto que tens jeito para isso. Para me aconchegares junto de ti. Deixa lá que eu também vou saber aconchegar-te. Ai rapaz falta tanto tempo e eu quero-te tanto ao pé de mim. É uma loucura! É uma loucura eu querer-te assim! Sabe-se lá o quanto me queres. Mas se me quiseres da mesma forma como eu te quero estás a dar em louco. Se assim for, como te estás a aguentar? É mesmo fodido, não é? A toda a hora o teu pensamento e a imaginação não pára. Se estiveres nisto comigo é o paraíso! Gostava muito que sentisses sentimentos fortes por mim. Daqueles que a pessoa diz: “it’s beyond my control” (uma frase da qual eu gosto muito). Podias, podias, podia ser assim? Beijo festinha