sexta-feira, 29 de abril de 2016


És o perfume de um Verão que me envolve de ardência e regozijo. Saltas à corda com a minha vida e eu construo castelos para ti. Feliz, feliz fazes-me feliz e eu sorrio o tamanho da lua. Estonteias-me com as tuas palavras que surpreendem qualquer sonho meu. Pesco tudo o que me envias e descodifico a tua beleza toda. Sigo-te com o meu odor e encontro-te sempre em mim. Sei que entras pelos meus poros procurando o meu coração e cantas quem sou em todos os rumos.

Pedaços de uma rocha de átomos sumarentos atiram-se ao ar procurando ser uma nova paixão. Querem juntar-se ao oxigénio e ser uma nova receita de mundo. De pedaço em pedaço evolui uma bebida mixada de turbulência que atinge um pleno desenvolvimento. Plantam uma sementeira de milagre por cima das nuvens e fazem crescer dunas de contentamento. São pedaços que suplantam qualquer corrida de canções despidas.

Ela era animadora de venenos para a cabeça e fazia-as andar à roda em relâmpagos, vivia para provocar a maré alta que existe naquilo que se sente. Trocava de ideias como um peixe selvagem muda de rota, as suas ideias eram graúdas e ela ponha-as sempre num altar. Dinamitava os lugares comuns com a sua intranquilidade em incandescência. Ela era uma velocidade permanente que seguia estradas encriptadas e estoirava-se em coisas ilógicas. Alcançava aquilo que desejava com a dinâmica de mil planetas internos.