domingo, 5 de setembro de 2010

Mais uma música brasileira que apanhei no YouTube:

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar


("Você não me ensinou a te esquecer", Caetano Veloso)

Realmente gajo, despertas-te o meu coração para depois me deixares desolada, no meio do mar, num navio que não parte. Todos os dias sussurras o teu nome ao meu ouvido mas não abraças o rio do meu corpo, não me cantas o sol do teu peito. Se te pudesse esquecer, nem que fosse por momentos, tudo doía menos. Vivo nesta loucura de te sentir próximo, como gotas de orvalho perto da sua planta, e ao mesmo tempo, de estares longe, como o Inverno está do Verão. Na verdade neva sem ti, e o fogo das fogueiras que se acende para aquecer a tua ausência não derrete a saudade.

(Erich Heckel)
O workshop de Almaterapia era em Sintra. Ora foi preciso uma viagem de comboio de 40 minutos para lá chegar. Foi o suficiente para escrever três poemas dedicados a ti. Podes achar pouco, mas escrever poesia dá trabalho, é um turbilhão interno que depois tem de ser filtrado. Dos três escolhi este para te mostrar agora, acho que espelha bem os meus sentimentos grandiosos por ti:

Regresso sempre ao sítio
Onde se esconde o amor
Nessas conchas abertas
Pela luz do vento
Regresso a ti
A cada momento
Ao sítio onde o sol doira os montes
Como se a alegria fosse
Chamas dançando nos areais
Regresso de todas as viagens
Que respirei devagar
Levando-te à boca
Olha, hoje fui a um workshop de Almaterapia, para poder falar com almas. Foi um total falhanço. Não falei com alma alguma. Saí de lá completamente frustrada. Toda a gente teve experiências bem sucedidas, menos eu. Mas fiquei, mais uma vez, a saber que nós dois, pronto, basicamente, fomos feitos um para o outro. Isso significa que tens mesmo de me aturar. Coitado. Verdade, tenho mesmo pena de ti. Um carrossel de emoções, vais ver. Tem as suas vantagens. Digo eu.
Bem, está na hora de me ir deitar…sem ti. Tenho uma cama grande, cabias cá…e ainda tinhas um bónus, uma gata aos pés. Bem, isso agora não é grande espingarda, mas no Inverno é bom. Eu sou louca, durmo com um edredão, sabe-me bem o peso. Se estivesses aqui enroscava-me em ti e ponha de lado o edredão. Foda-se, se estivesses aqui saltava-te para cima!

E como subimos ao nível romântico, e estamos a celebrar o Amor…
Estou aqui no YouTube a ouvir músicas brasileiras a dar para o foleiro, bem românticas, estás a ver? Só escolho essas. Estás a ver a pancada com que estou? Eu disse, muito afirmativa, em princípios de Julho, que te ia esquecer até ao final de Setembro. Estamos no início de Setembro, já passaram dois meses e o meu plano infalível para te esquecer está a falhar redondamente. Não descolas, como é que é possível? Se calhar tenho mesmo de me habituar à ideia de que vou ter de passar a minha vida contigo impregnado em mim.

Um pedaço de uma letra de uma música que estava a ouvir:

Se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda
Que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços, os abraços
Hão-de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim

(“Chega de Saudade”, Composição: Tom Jobim, Vinícius de Moraes)