domingo, 11 de janeiro de 2009

Um olho certeiro que não acertou andava nos Alentejos e lá nada achou. Fervia de tintas e o gato lambeu-as. A menina viu e quis ser animal. Escolheu uma sra. Égua para esmigalhar os abusos da linguagem. Soa o alarme em mim…tudo o que for roedor não cabe aqui. Conta os dias, os calendários mas lembra-te sempre que foi o animal que o superou. A corrida, a corrida…

(Vincent Van Gogh, Japonaiserie Bridge in ther Rain")
Comer as estelas diurnas como se fossem um fruto, um pêssego, uma amora…aqui a luz tudo desflora ao sabor da chuva…ele lá ganhou coragem e pediu a menina de verde em namoro. Os pomares tinham os nomes que eles davam e mais ninguém sabia. Eles sorriam de mão dada ao som da mesma canção. Que dia de canção é hoje: é uma maçã…
O frio não tem horas marcadas…sento-me numa cadeira de jardim e penso o que tenho pensado há muito: o sentido das coisas. Está a chuviscar mas esse facto não me aborrece, o que me interessa é estar aqui. Mas podia ser noutro jardim qualquer. O jardim está todo molhado da chuva da noite anterior e parece ter mais do que a própria luz.
As estrelas do Natal estão a cair todas… levo algum tempo a pensar…este frio que desmancha ossos… penso nas manhãs que nunca tivemos…escreveste-me uma carta demasiado bonita e era tudo o que queria sentir… Mas não… apenas as vejo a cair… as estrelas...