quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Arrepio húmido


Os meus olhos tocam a tua pele com beijos e tu sentes todo o meu sol. Despertas em mim as flechas do meu coração e eu dispo-me até ser apenas luz. Conheces o meu cântico pois eu trepei mais alto para o viver e tu estás presente em todas as minhas melodias. Fogueira minha respiro-te e és fulminante ao meu lado sempre. Juba de animal cor de liberdade selvagem quando chegas toda sou raízes tuas. Envolto das tuas brasas desejo o teu abraço dourado, aquele dourado que me acorda.
1. Coração traquinas o teu que me aparece sempre para me ver sorrir 2. Coração violino o teu que está recheado de mar só para mim 1- Sorrio sempre, quando te vislumbro já te vi 2. Mar quente, quente que tem o meu nome entre todas as ondas. 1- Os meus olhos são todas as cidades, quando chegas elas ganham a tua vida. 2- És sereia que me guarda dentro do tesouro que vive no teu dançar
 

De um peixe para uma minhoca
 
Os teus olhos falam comigo um azul alto e eu transformo-me no som de todas as tuas músicas, essas que inventas com a tua vida cheia de manhãs. És a casa que sonhei pois sinto os teus peixes navegando pela dádiva de tudo o que é belo. Vens até mim com uma orquestra galante que se ri ilimitadamente, entras no meu interior desassossegando os meus rios, eles enchem-se dos teus instrumentos d’ouro.

As estrelas que vivem em nós unem-se para ardermos mais ricos em tudo. Tudo é nosso: a paisagem sonhada transforma-se em sopros de palavras que trocamos um com o outro. Vem, aproxima-te e sente-me demasiado numa poesia diurna. Sei-te perto, a minha pele alimenta-se da matéria que jorra por ti todo.