sábado, 30 de junho de 2012

Sonho do Amor
Talvez haja uma verdade em tal raciocínio e se assim for cá estarei, como sempre estive e tudo fará sentido. E saberei o que é a felicidade. Não sei se a mereço ou não mas o que importa isso? Eu continuo cá a acreditar. Eu acredito porque faz sentido para mim.

Sara
Sabes que te Amo? Já te tinha dito? No meio das minhas confusões...

Sara
O que sinto é antigo mas é também novidade porque o teu sol fez ninho na minha pele. Sei que viajas por ricas paisagens e que o teu caminho chama pelo meu. Oiço o meu mundo correr atrás do teu todos os dias. Há fogueiras em todos os horizontes atraindo-nos. Sim amor, o chilrear dos pássaros nas madrugadas somos nós desejando-nos.  

Sara
(Gustav Klimt, "The Kiss" (detail)
I was standing, you were there

Two worlds collided

And they could never ever tear us apart

(INXS)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Estamos tão próximos que, por vezes, falas o que vejo. Mas a neblina que se forma entre nós afasta a magia das nossas paisagens. No entanto, a minha rede apanha-te, segura-te com a força das marés. Abandonemos este mundo e criemos outro: um que desejemos com o nosso nome. Eu tento agarrar-te, enlaço-te com os meus braços e os teus abraços vão atrás dos meus: vê como existem tantos gestos nossos construindo a nossa viagem.

Sara
As minhas saudades inundam os olhos tristes do meu ser pesaroso que sente a tua ausência. Se pousasses as tuas mãos sobre as minhas acalmavas o meu coração que sofre essas saudades em choro, sossegavas a minha alma em aflição. Quero um sentido que só tu podes dar, entrega-me o teu coração e dá-te em Amor.

Sara
Olhei-te de olhos fechados e eles abriram-se em paisagem livre. Ficaram prisioneiros a partir daquele momento, nada mais puderam ver. A vida não conseguiu ser para além de ti. Agarrei-me ao teu corpo e fiquei destinada a saborear-te dia e noite. Fiquei cega e tudo o que mais desejava era ter-te junto de mim. Procuro-te a cada beijo meu, sei estares perdido e apenas quero encontrar-te.

Sara
Inicia-se uma tempestade lá fora enquanto escuto o teu nome no meu interior chamando pela minha casa de raízes profundas. Sei as tuas palavras de cor porque se entranham nas minhas e são relâmpago nos meus sons de veias que desejam sempre mais. Queres apanhar-me na surpresa dos dias que fingem não nos conhecer e fazer-me a festa do teu coração? Existem jovens raios de sol abrindo-se agora só para nós que brilham no nosso olhar e celebram toda a nossa existência. Oh trovões do Amor, cantem mais alto!

Sara
Pois é, pois é...

Parabéns!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Tenho um namorado. Finalmente algo real e não uma fantasia. Posso despedir-me do rapaz agora, já não faz sentido. Posso entregar-me ao Amor em liberdade. E acima de tudo ser correspondida. Ele está a trabalhar nos Açores e as saudades são mais que muitas. Esta separação parece de propósito mas é a vida. Estou feliz, isso é o que importa.
(Vieira da Silva)
Sabia a tua voz no vasto horizonte, aquele que se perde aqui e ali. Sabia mais do que isso, sabia também como se enchem as mãos da vida da porosidade do sol. E quis que fossemos isso. Soube como chegar até ti através da ingenuidade do peito. Chamei-te e vieste envolto do mais puro toque que tinhas. Os sonhos nunca acabam digo-te, são mares que nos buscam e rebentam em ondas na nossa força. E se os sonhos crescem sem limites, nós erguemo-nos em vento. Sei dizer-te mais do que isso, sei dizer-te para onde vai o vento quando estou sem bússola. Basta querê-lo livre. E vê bem, perdidos no horizonte podemos ser livres, e em nós sempre o toque do sol…


Há um deserto que conhece o nosso ser pelas veias. Mas vê bem como ele me abandona quando a tua proximidade é uma porta que invade o meu sentimento. Vens e assaltas-me de repente, tudo cá dentro. Abres esse mundo e dizes saber que ele é um caleidoscópio onde te passeias e mostras a tua nudez. Há segundos de hesitação, apenas segundos, porque é rio esta viagem. Vem, vem, chamas por mim, e eu sei sempre agarrar a tua mão. Nada impossibilita a nossa criação juntos porque somos pássaro viajando transatlântico atrás de transatlântico em asas de paixão. Vem, chamo-te eu agora, entrega-te a esta totalidade que existe dentro de nós.

 
Acordei-te e beijei-te o olhar nascido em sons murmurados pelas planícies mais vastas jamais vistas. Ficaste luminoso e riste-te em flor aberta por um sol magnífico e radioso. Soubeste, como sempre, que eu estava ali para te cantar o meu coração. Eu disse-te que queria ser uma rapariga só tua, como se o meu mundo pudesse ser uma maré em volta do teu. És a beleza de tudo o que me rodeia e surges como abraço de uma paixão infinda. Como é bom ver-nos cavalgando unidos no mesmo desejo. Deves ser magia pois os teus passeios por mim oferecem-me música que eu guardo na pele para depois deixar entrar no sangue fazendo-me viver toda eu. Conheces tão bem o meu nome em sorriso e eu sei tão bem como te encontrar em diamante que a nossa verdade é o Amor.


Sei que sabes abraçar-me mais e mais, deixando-te inundar por esse prazer. Junto a ti os abraços ternos não têm fim, eles formam-se na fonte e são rio que não pára nunca. Dás-me as mãos e transportas-me para o teu mundo enroscando-me na tua canção cor de mar de estrelas dos nossos desejos mais interiores, aqueles que partilhamos com o peito. Quando o teu coração bate junto do meu fala, diz que somos sempre os dois em sintonia, em qualquer país ou cidade, nós somos quem está unido em nome da criança Amor. Eu acredito em ti, sei que queres ser o melhor verso sentado ao meu lado e eu aceito-te sempre cada vez que apareces solar irradiando a minha vida. Nós pertencemo-nos porque somos uma força imensa, uma fogueira contínua que ilumina tudo.


Saber o teu nome é fácil: é fruto que nasce na minha boca em sede. Oiço-te bem: queres beijos com o meu sabor a vida, com a beleza das pétalas dos meus lábios. Ouve-me tu: quero as tuas mãos embrulhando o meu corpo, envolvendo-me em doce melodia. O meu coração renasce sempre junto do teu, renasce em força quando entras por qualquer porta com o teu ser emanando o teu mar de alegria. Quero ser encontrada por ti em todos os lugares, escondo-me, e tu encontras-me para me levares às tuas ondas, e logo, logo estamos na nossa concha. Não sei como sabes os meus sonhos mas estás sempre neles, em cada gesto mostras que todos eles são possíveis e vamos sempre juntos por esses caminhos. Não há nada que nos falte, tudo em nós está completo.


Esta criação nossa é algo tão valioso que é a própria vida. As minhas raízes alimentam-se das paisagens por onde voas e os meus sentidos elevam-se com o teu fogo. Enriqueces a minha existência com a tua voz cantada a palavras de um mundo de sonhos. Quero dar-te o segredo do nascimento das sementes e oferecer-te o som do vento para tu o levares em beleza por todos os quadrantes. Vamos os dois nos mesmos passos vagueando pelo mundo como se este nos esperasse a cada porta, a cada janela. Somos ouro nesta nossa união que nos transforma em refúgio um do outro, que nos faz florir no orvalho de todas as manhãs. Eu celebro o nosso Amor e amanheço-o na minha poesia.


Sinto-te sempre meu, uma respiração dentro de mim que me diz para velejar rumo a qualquer universo e aventurar-me nas cidades generosas. Eu digo-te para seres vontade, percorreres-te em incêndio por qualquer despertar e aconchegar-te à substância que te envolve. O nosso olhar abre o horizonte, o céu acende as suas brincadeiras e tudo à volta pulsa o sentido da vida. Se estou inquieta é porque anseio pelo teu abraço, mas não tenho de esperar porque as tuas chamas demoram pouco, vêm em movimentos livres e entrelaçam-se em mim. Somos mais quando os nossos ritmos se aproximam, os nossos calores escutam-se e avançamos num só: é a nossa linguagem o Amor.


Oiço-te sempre: para mim és um coração que desenho a poesia. Um coração que é uma fogueira que canta a serenata dos sonhos. E como sonhas, o teu olhar é belo: entregaste ao peito do mundo e mostras caminhos seus escondidos. És ternura em forma de dias e dias e na tua entrega eu revejo-me. És uma rebentação que sinto pela imensidão da minha pele, fazes estremecer cada uma das minhas veias, a minha respiração só sabe o teu nome. Despertas todas as minhas mais belas emoções, elas vão ao teu encontro para habitarem contigo. A nossa casa é a mesma, virada para a vindima ou para o mar, os nossos rostos estão sempre frente a frente porque não há outra forma de dizer Amar.


Não estás distante porque nunca houve despedida, porque sinto sempre a tua matéria ardente em mim. Vivo a tua aventura contigo quando os teus sentidos estão atentos, quando roubas sorrisos, quando cantarolas pensamentos. Estou no teu mundo porque tu me tocas as teclas do seu piano e eu caminho sobre a sua magia. Eu sinto dares-me as mãos nos teus passeios, tacteio contigo as tuas viagens de cá para lá. Mas há mar que nos separa e a saudade respira por todos os poros. Oiço a tua voz e logo quero sentir-te, desejo agarrar-te por inteiro, ao rubro. Imagino-te sempre comigo: enfeitamo-nos da loucura dos pássaros mais chilreantes e arrebitamos todas as paisagens. No fim do dia só te peço uma coisa: quero a ternura do teu colo.


Há tantas pontes entre nós, podemos mergulhar em qualquer caminho juntos que percorreremos quase sempre rotas semelhantes. Os nossos movimentos tentam ser livres, animais de júbilo que vivem o lume da vida. O fundo da nossa íris, aquilo que diz tudo sobre o olhar, tem uma substância igual: o desejo de novas paisagens onde novas estações possam despertar. No nosso mundo há uma constante troca de barcos que desabrocham com o nosso Amor. Gosto de te sequestrar, invadindo-te com o meu ser pulsante que te deseja possuir, receber-te em festa. Nesse momento transformas-te em seiva a correr dentro de mim, gesto radiante que me fala sobre o meu sabor e a minha beleza. Somos a doçura de um coração puro, o desassossego das profundezas e a esperança de ser sempre mais um passo em frente.

 
Com o odor das flores quentes aproximo-me para me aninhar junto de ti e ser um coração maior. O teu toque encanta todo o meu ser e este responde em murmúrios de pequenos clarões de alegria. O nosso encontro é o percorrer da pele um do outro com os dedos molhados numa música de infinda ternura. Somos amantes desejando aventurar-nos por novas cidades que nos levem a novas respostas e novas perguntas. Vamos sem mapas, usamos os mundos que fervilham dentro de nós e levantamos um voo cheio de alento. Tudo em nós é intenso: o nosso abraço é uma dança por cima de todos os campos e jardins, fazendo voar o pólen e espalhando o nascer do maravilhoso. A nossa presença sente-se em todos os recantos, enche de contentamento as cores das canções de todos os gestos.