segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um comentário de aniversário: e para o ano, nesta altura, como estará a minha vida? Num ano podem acontecer muitas coisas ou absolutamente nada. Tenho um terrível pânico deste último cenário. Continuar mais tempo no barco onde estou é afogar-me.
No meu jantar de anos fui dançar a dois bares. Já não dançava em bares há algum tempo. É tão bom. Tudo agradeceu: o corpo e a cabeça. Costumo dançaricar em casa, aí danço de forma muito desengonçada e divertida, ninguém me está a ver. Bem, há quem esteja. Eh, eh, eh.
Este foi o poema que o Tiago leu no meu dia de anos no Largo do Carmo com os meus amigos todos em roda bem junto de mim:

Os amanhãs são meus
Levantam-se como casas abrindo as suas pálpebras
Perante a carícia de uma brisa
Com o sol nascendo nas minhas mãos
Escuto a minha respiração
Aquela que abre as portas para a sementeira
Tudo quanto amo canta alegria comigo
E se o sangue são palavras
Elas escrevem voos abertos
Como esta vida que agora sinto
Tão próxima do corpo
Demorando-se nos rios e no céu da alma
Do meu olhar vem luz
Esse desejo de ser sempre claridade
Há um gesto em mim
Que se dirige para ti
Que é duna e mar
Um convite de paisagens sonhadas
Há também um gesto em flor
Que sabe os nomes das cores do lume

(De mim para mim)