sábado, 25 de setembro de 2010

E aqui vai um poema sobre ela para ti:

O desejo vivo
Nas veias das cidades
Correndo pelas ruas sussurrando:
Procuro essa boca que veste a minha
A paixão galopando
Nas suas viagens de delírio
Derramando o seu encontro com o outro
Em mim sinto-te como toque
Que enleia todo o meu corpo
E a vida não é senão isso

(Goli Mahallati, "Pure Passion")
Agora que sei o que sinto por ti já posso dizer: boa noite minha grande, melhor, enormíssima paixão. Digo-te completamente inflamada, com esta paixão louca infiltrada nas veias. Digo-te até a tua pele se encher de mim e se embriagar com as esplanadas do meu ser. Gostas que eu tenha esta paixão arrebatada por ti? Não te importas com esta maluqueira toda? Deves achar que eu não regulo de todo da cabeça. Só este blog, completamente doida…Vou para a caminha imaginando o teu corpo colado ao meu. Beijo incendiado.
Hoje fui almoçar com o Tiago. Surgiu o “teu assunto”. E ele dizia-me: “onde é que há Amor? Ele não está contigo, não dão as mãos, não fazem coisas juntos, etc.” Ele tem razão, não posso negá-lo. Até tenho pena. Acho que seria mais bonito ser Amor, pensando melhor. Uma obsessão é uma coisa tão vazia. Uma obsessão não passa de uma estupidez sem limites que apanha a pessoa na sua teia-prisão. E o que é que eu estou a fazer nessa perigosa armadilha? O Amor, quem sabe, é uma paisagem de viagens desenhando-se no olhar, raiz de árvores de fogo, uma sede em voo para um oásis. Porque lá está, eu não sei. Mas deve ser muito bonito isso do Amor. Há quem saiba, não é? E está contente. Quem é que não quer Amor? Pois eu preferia sentir Amor por ti, se bem que em termos práticos não ia mudar os pensamentos obsessivos. A componente obsessiva disto tudo dá cabo de mim. Isto é mas é uma brutal paixão! Obsessiva! E mais nada! Uma paixão fatal! E eu caí na sua cilada feita Branca de Neve com a maçã da Bruxa Má. Santa ingenuidade. Uma noite fatal: um rapaz muito sedutor, uma noite inesquecível, um rapaz apaixonante, deixando o seu sapatinho para trás. Tive de ir acalmar os meus calores numa fonte. Não há dúvidas: que paixão violenta! Claro que tinha de ser obsessiva! Desvia o cérebro! Acidentes cerebrais! Pensamentos delirantes! O que é uma paixão violenta? Segundo a Wikipédia a paixão: “(do verbo latino, patior, que significa sofrer ou suportar uma situação difícil) é uma emoção de ampliação quase patológica. O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, regra geral, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio”. Como podemos entender por esta descrição eu estou fodida da cabeça à conta desta história. Vejam bem: patológico. Eu estou mesmo doente. A perda do poder de raciocínio já estou a sentir. Perde a sua individualidade, é muito grave mesmo. E por fim é um sentimento doloroso, claro está. Porque come a pessoa de tal forma, consome-a como se esta fosse um pequeno doce que acaba por estoirá-la. Sinto-me um pugilista no chão sem me conseguir levantar. Sinto que não há escapatória possível, como se fosse uma condenada. Dizia o Manuel: “lidas com uma imagem, não com uma pessoa”. E caramba é verdade, mas a forma como esse rapaz gira à minha volta como se fosse uma pessoa...Fode-me tanto como eu deixo estas coisas acontecerem, como eu tenho tão pouco controlo sobre elas. Mas as paixões brutais são assim, descontrolam-nos, apoderam-se de nós, não nos deixam respirar, fazem de nós o que elas querem. Rastejo perante a sua magnificência. Elas subjugam à séria. Tenho poucas defesas. Maldita paixão, está a desgraçar-me! A minha cabeça parece que anda numa montanha russa. É que podia ser uma pequena paixão que não incomoda muito, e não esta paixão ferocíssima que arranca as entranhas. Enfim, não me safo tão depressa disto.