sábado, 15 de outubro de 2016


Conheço-te há mil anos mas ainda tremo na tua presença quando tu te aproximas demais. Quero-te perto demais para sentir os teus sinos visitando-me. A música que tocas só tem o meu nome e eu canto-a contigo, o nosso dueto ouve-se em todas as cidades do mundo. Vivo de ti, de um sorriso teu ou de palavras mansas tuas. Cada passo meu segue o teu passo e somos rebeldes de coração quando caminhamos. A nossa afeição é tão pura que tudo o que fazemos juntos está em perfeita sintonia.

Sou o teu Sul
 
Sou o teu Sul pois vivo para te abraçar, tu levantas o teu sol comigo ao teu lado. Tudo o que sonhares trago-te pois és uma dádiva que se une aos meus rios internos. Vem até ao meu luar, dou-te uma festa de estrelas rompantes em turbilhão. A seguir penetro-te com o meu sol, todo tu serás um jorrar de luz. Acasala as tuas palavras com as minhas, vamos dar nomes a tudo o que descobrimos juntos, vamos juntar as mantas.

Era uma minhoca redonda pois tinha nascido assim, trocava-se toda nas andanças que fazia. Era trapalhona porque metia os pés pelas mãos e dançava todo o corpo pelo caminho. Jogava bem à bola: seus mil pés miravam a baliza e acertavam sempre no alvo. Rimava todas as palavras e também fazia palavras cruzadas. À noite acendia uma fogueira no meio da floresta e contava histórias de adormecer aos pássaros desavindos. Gostava de correr e saltar obstáculos, vivia neste frenesim como se a vida estivesse a acabar.