sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Já é tarde. Estou cheia de sono. E continuo a pensar em ti como as nuvens se vão desmembrando no céu (já não estou com muito jeito para metáforas, mas a ideia é “sem parar”). Deves perguntar-te como é que uma noite faz isto a uma pessoa. Eu também me pergunto, deixa lá. Mas agora já estou muito cansada, falamos mais tarde sobre este assunto, com mais calma. Boa noite. Beijinhos mimados.
Já é tarde, começo a sentir-me frágil. Estou a ficar cheia de saudades tuas. Queria que viesses por detrás de mim, me agarrasses lentamente e depois me apertasses um bocadinho, tudo de forma muito suave. A seguir podias começar a sussurrar-me ao ouvido umas palavras românticas, que eu aposto que tu sabes dizer muito bem tendo-me ao teu lado (eh, eh, eh). Podias exagerar, ser ultra-romântico, eu não me importava nada, bem pelo contrário. Eu podia deitar a cabeça sobre o teu colo e tu fazias-me festinhas, enquanto eu começava a fechar os olhinhos. Agora estou a ficar com sono a imaginar esta cena, mas estou a sentir-me muito acarinhada. Achas mal que eu comece a dizer que sinto a tua falta muitas vezes? Porque é verdade, e eu quero que tu saibas a falta que me tens feito, que me fazes, que me vais fazer…Falta tanto tempo ainda, é insuportável.
Tu levaste-me para uma casa de banho de acasalamento minúscula, sem janelas, escura. Quando te foste embora eu descobri outra casa de banho, espaçosa, com janelas e com paredes brancas luminosas, vê tu bem. Mas olha, já tive uma experiência sexual numa casa de banho, por isso não seria a primeira vez. Mas realmente não me estava a dar jeito nenhum aquela posição. Mas há mais casas de banho e mais posições. Mas diz lá se não deslizámos melhor os corpos no sofá?

(Gustave Caillebotte, "Bathers preparing to dive")