sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Estou mesmo desajustada da cabeça. Sabes o que é que eu fiz hoje? Estava a fantasiar com um gajo qualquer sentada no autocarro e eis que vejo um tipo alto com óculos que estava mais à frente de pé. Tipos altos com óculos fazem-me sempre lembrar a tua pessoa, de maneira que não conseguia tirar os olhos dele. Olhava para a esquerda, para a direita, mas o meu olhar ia sempre parar ao tipo. Depois comecei a pensar se ele ia sair na mesma paragem do que eu. Fiquei irrequieta. Quando me levanto para sair percebo que ele também vai sair na mesma paragem. Então começo a persegui-lo, quero perceber se ele também vai para o metro. Corro atrás dele, uma vez que ele andava mais rápido do que eu. Avanço quase sem medo pelas escadas do metro abaixo (aqui convém dizer que eu não sou muito dada a descer escadas, tenho algum receio de cair). E lá vou eu atrás dele, como se ele fosse a resposta aos meus anseios. Com surpresa minha ele entra por um caminho que eu desconhecia para o metro, mais curto. Entro logo a seguir a ele, pela mesma porta do que ele. Desejo tanto que ele vá na mesma direcção do que eu. Mas os nossos caminhos separaram-se ali…

De facto, é recorrente eu ficar vidrada em tipos altos com óculos ou nalguns tipos com óculos. Fico desnorteada a olhar para eles. É uma autêntica parvoíce! A culpa é toda tua seu idiota!!!
Rapaz, rapaz. Nem sei o que te dizer. Às vezes gosto de ti, às vezes irritas-me. Achas bem enfiares-te assim na cabeça das pessoas? Eu estava tão sossegadinha no meu canto. Estava solteira e dava-me bem com isso, sem amarras. Depois vieste tu e pimba, deste cabo de tudo. Estou para aqui numa suposta espera feita parva. E tu sabe-se lá o que andas a fazer. Mas não deves estar à espera de nada. Não tenho sexo, coisa nenhuma. Estou armada em romântica por tua causa, um absoluto desconhecido. Isso só faz sentido porque realmente eu não bato muito bem da cabeça. Já sei disso há algum tempo, mas às vezes atinge o seu esplendor. Tu levas a minha loucura ao seu ponto máximo. E depois penso que estás longe e não sabes absolutamente nada sobre esta história…no entanto és o responsável. Não fazes ideia da situação em que estou senão largavas-me de mão. Bastava vires até mim em sonho e dizer-me claramente que não me queres na tua vida, que eu não tenho significado nenhum para ti. Assim, eu esquecia-te de uma vez por todas. Era mais fácil assim. Porque não posso estar para aqui a torturar-me à tua custa. É uma grande angústia. Podia estar com outra pessoa, quem sabe. Que egoísta és, na tua vidinha e eu para aqui a afogar-me por tua causa. Vidinha boa essa, não? Sabes, eu nem te quero na verdade. Eu nem sei nada sobre ti. Eu só quero que saias da minha vida, o mais rapidamente possível. É uma chatice ter de pensar em ti todos os dias, todos os dias, que martírio, que doença. Durante 2 anos e meio. Duvido que já tenhas passado por tal coisa. Tu deves achar que a culpa é minha, que eu é que tenho de resolver esta situação sozinha. Mas eu não estava sozinha naquela noite. Não a posso resolver sozinha porque a minha parte racional já foi ao ar. E assumo que tu talvez não sejas tão especial assim, que eu esteja baralhada e portanto isto seja tudo um erro meu. Pensa bem, se és um estranho…como é que alguém pode estar apaixonada por um estranho? Só uma pessoa sozinha e carente. Cá está a resposta. Bastava arranjar um namorado e esquecia-te logo, pá. Mas estou com azar. Pode ser que, se estiveres com uma tipa bonita, envies umas energias quaisquer para eu te esquecer.
O que terá acontecido àquele sofá? Ainda será utilizado?
A história do Aspirador

A minha mãe estava no escritório, eu entro preocupada e digo-lhe que o aspirador não está no sítio onde devia estar. Ela diz-me para eu procurar melhor (porque segundo ela eu não tenho atenção nenhuma às coisas). Volto e digo-lhe que procurei muito bem e que, de facto, não estava no seu sítio. Ela manda-me procurar noutros sítios prováveis. Volto outra vez dizendo que mais uma vez não encontro o aspirador. Ela zanga-se e diz que não me vai ajudar, eu que procure sozinha, o aspirador não fugiu. Volto novamente passado um bocado e digo-lhe que já procurei por toda a casa. Ela diz que o aspirador tem de estar algures e que eu não estou a procurar como deve ser e repete que não me vai ajudar a procurá-lo. Entretanto, desisto. No dia a seguir, a minha mãe aparece no meu quarto e diz-me que o aspirador sempre esteve no seu lugar e que eu sou uma incompetente.

Eu conto-lhe a verdade: “eu sempre soube isso. Estava a brincar contigo”. Ela não acreditou.