quinta-feira, 1 de dezembro de 2016


Azul, Verde e o Peixe Leão Rodeado de Laranjas
 
Atenção: este Escrito contém partes muito divertidas e partes artísticas pintadas (de facto deu origem a pinturas) com palavras soberbas e apesar de desejar ser organizado pode tornar-se ligeiramente confuso para certas pessoas. Recomendo a leitura deste Escrito pois soa-me muito bem quando o leio em voz alta e faz-me querer ler mais coisas desta escritora baralhada das ideias que sabe fazer contas de somar com facilidade.
 
Sou demasiado organizada pois planeio cada fio condutor da minha existência e assim tudo o que me cerca deixa de ser enevoado e tropeça num sentido de verdadeiro viver muito rocambolesco e depois mascaro-me por dentro com a forma de um barco cujas velas criam o burburinho presente no núcleo de todos os sons. Sinto-me a rebentar de dores de cabeça com os sons cavernosos que invadem os meus pulmões adoentados e que me fazem encher de rebuçados de mentol; a realidade é que a minha tosse é algo tímida embora eu sinta vulcões a rebentar vulcões dentro de mim. Também gosto de repetir as contas para elas serem como a minha cabeça: estarem sempre certas, devo ajuntar que são contas de somar que me oferecem benefícios sem instruções de uso. Acrescento que a minha visão do meu cérebro funciona de maneira meio transcendental: se um número da máquina de calcular é um neurónio meu então todos os números com que me entendo são infinitos, por outro lado devo avisar que tenho um Q.I. muito superior à média pois passo o tempo a inventar palavras como quem bebe a água da fonte e tem a sabedoria relatada em livros como aqueles cheios de discursos dos velhos casmurros da época de Pitágoras. Também sou velho casmurro pois por vezes teimo em dizer que os arco-íris que engulo como sobremesa têm apenas as cores do meu romance de Amor: são azúis e verdes. Com o azul do céu moreno pinto a vida, o céu suja-se de pele morena por ter sido atacado pelos raios do sol que trepam pelas figueiras para estas darem frutos fora de época, querem ser os milagres da atualidade apresentando a fruta - que enche cestos múltiplos - em dias diferentes dos meses da colheita. Com uma rapidez fora de série pinto a atroada (vulgo barulho) das cidades por descobrir com um azul-escuro que se apresenta monárquico na sua ilustração perfeita e feito à pressa  para incluir alguns extras bombásticos. Com o verde do musgo faço pontaria aos pássaros que desenham com os seus pincéis aguados setas de Amor por todo o céu azul, este muda de cor: o morena que vivia em pleno ócio é preenchido por um preto graxa-dinamite e deixa de ter corpo, passa a flutuar existindo apenas vestido com letras estranhas escritas com o sumo de uma dúzia de laranjas. Quem vai colher tantas laranjas? De repente surge uma força meteorito-bravia vinda de um certo e determinado peixe leão que está chateado da vida porque a sua juba é pequena demais, então ele faz o seguinte negócio milionário com a narradora deste Escrito: ele colhe as doze laranjas sem lhes tocar com a dentuça e a narradora amalucada deste Escrito fornece-lhe uma juba maior. Assim foi: o peixe leão roubou as tais doze laranjas de forma muito discreta e a narradora deste Escrito esboçou uma juba em forma de pirâmide colossal com cores mais do que selvagens (diria selváticas) que o peixe leão adorou e logo, logo passou usá-la cheio de orgulho e vaidade, todos os bichos do mar repararam na sua nova juba e perguntaram-lhe o nome da clínica (e respetivos contatos) que fizera a maravilhosa cirurgia plástica da juba. O leão peixe apenas respondeu: apanhem doze laranjas e peçam que cresçam laranjais ao redor do sal da água. Claro que ninguém percebeu o seu dito, o peixe leão queria dizer que o açúcar das laranjas acasala bem com o sal da água do mar; o que parece esquisito à primeira vista - laranjas e sal juntos - pode ser o início dos degraus de uma pirâmide de sucesso. Reli o que escrevi e penso que este Escrito está muito bem organizado e por isso percetível, se não o compreendeu aconselho-o a ir beber uma laranjada com umas pitadas de sal grosso.