quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mais um poema dedicado a ti:

És sol próximo de mim
Fruto, flor ou o crescimento de uma chama
Desejo-te ao sabor de uma canção
Deambulando encantada pelas paisagens
Passeio-te nos meus pensamentos
Como se fosses o voo contínuo de um pássaro
Quero poisar na tua respiração
E abraçar o aroma dos teus olhos
Quero despertar o rumo dos teus barcos
E seguir viagem com eles
Quente, quente
Esta ternura que sinto por ti
Estive com o Nuno e falei-lhe de ti, para variar. É amor, perguntei-lhe. Ele disse que lhe parecia paixão, mas depois hesitou e disse que era realmente algo profundo. Passei por uma feira de antiguidade depois de estar com ele, dá-me a ideia que eles estão sempre a tentar vender as mesmas coisas, não vendem, mas as coisas vão ficando cada vez mais antigas. (risos) Depois fui à ginecologista, tinha um problema com o meu DIU, já devia ter sido removido e eu andava toda preocupada: e se tenho uma infecção, se não posso ter filhos? Muito simples, ela chegou ali, abriu-me as pernas e puxou-me aquela porcaria daqui para fora. Doeu. Também doeu o bocado de vagina que ela me arrancou para fazer um exame qualquer. Coisas de gajas. Pergunta: quantos gajos já comeu? Estava com vontade de lhe dar um número astronómico só para ver a cara imperturbável dela ter uma qualquer reacção. Quer pôr outro DIU, perguntou-me. Por agora não, disse-lhe. Só quando tiver uma relação estável pensei, mas isso vai demorar não é rapaz? De qualquer forma tenho uma infecção na vagina, o que significa que tenho de pôr uns óvulos repugnantes dentro da minha prezada vagina, que sempre me ofereceu tantos momentos de satisfação. O óvulo tem a forma de um supositório e tenho de o enfiar na vagina com um só dedo, o que me faz lembrar os supositórios que eu tenho de enfiar pelo rabo adentro quando estou com dores de estômago e mal disposta, mas definitivamente prefiro meter supositórios pelo rabo. Nada de suposições sexuais. Tem de ser feito à noite, depois de ir para a cama, ele vai-se derretendo ao longo da noite, tipo gelado quente, uma bodega. Bem sei que esta conversa não te deve interessar nada, mas é instrutiva, não? Gosto de fazer piadas ordinárias de vez em quando: no outro dia tinha estado a chuviscar e uma rapariga que trabalhava num café do metro queria fumar um cigarro nas escadas e vira-se para a colega: “e agora fumo onde, as escadas estão todas molhadas?” (história verídica), eu pensei: “estás fodida”. Percebeste? Molhadas, fodida, eh, eh, eh!

(Camille Pissarro, "Haymakers rest")
Já é tarde. Só te escrevo agora porque estive o dia todo fora de casa, voltei mesmo agora de um jantar divertido com amigos. Estou cansada, adormecia rapidamente nos teus braços. Hoje a tua “imagem” apareceu-me à primeira no meu computador, depois mostro-ta. Tenho mesmo de ir dormir, senão ficava mais tempo aqui a falar contigo. É que estou mesmo a morrer de sono. Beijo ensonado.