domingo, 30 de outubro de 2016


Os dois hemisférios atacam rebentando as pontes
 
Era uma vez um hemisfério esquerdo que era muito organizado, era desarrumado mas por outro lado adorava planear tudo na sua vida de forma muito lógica. No entanto, o hemisfério direito tinha uma grande desenvoltura, funcionava excessivamente e nunca se cansava. A pessoa que comandava estes dois hemisférios é uma grande Escritora, o hemisfério direito é uma beleza sem fim a misturar as palavras, já o hemisfério esquerdo trata da gramática, tem poucos conhecimentos gramaticais mas como é uma pessoa muito inteligente (Q.I.: 120 e de vez em quando mais um pouco quando há festa nas cidades internas) o barco navega sempre em frente. Sonha um mundo do Bem onde todas as casas têm sossego de alma e as estrelas nascem iguais para todos e são luz no coração de toda a gente. Aparece do nada um pouco excêntrica com roupa desaustinada e com frutos maduros nas mãos de ouro para dar com um sorriso na cara. Tem dificuldades em adormecer por isso conta histórias graciosas no quarto cheio de bons ouvintes que batem palmas no final. É de emoções em ponto de rebuçado, feitas de dinamite e raramente envoltas de loiça partida. Está sempre a ouvir música nas suas colunas velhas como as antiguidades mais antigas, música suprema que varre os mosquitos do quarto. Tem muita criatividade e imaginação por isso consegue ver o mundo que lhe parece negro com palavras muito doces como o doce de framboesa, essa delícia que cresce sempre selvagem dentro dela. Também é bravia e sabe lutar pelo osso do cão, tem força para vencer os naufrágios pois inventa botes de salvação na selva que a atira às ondas mais ferozes. Refila com as regras que pouco sentido têm, acha-as sem nexo e quer passar-lhes por cima. Há outras regras que para ela faz sentido respeitar mas nem sempre lhe apetece seguir o que deve ser pois o deve ser pode ser às vezes é muito aborrecido ou limita o sangue das veias que desejam ser ganhadores. Nem sempre é amiga dos limites, anda perto da linha limitativa e por vezes ultrapassa os limites sem querer saber do final da história. Leva as emoções muito a sério e estas ora lhe dão riso infindo ora lhe oferecem momentos de angústia. Para terminar: é uma romântica incurável e tem um jovem Escritor a quem dedica toda a sua obra, ele é também mágico e faz aparecer no papel metade das palavras da sua Escrita. Neste momento até podia escrever a palavra fim mas não há final na vida desta pessoa pois a Eternidade é uma autêntica Verdade.

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