sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Perto

Tentei dormir mas foi em vão, o meu corpo mexia-se muito. O meu corpo, de vez em quando, é muito emotivo e deixa transparecer essa emotividade através de movimentos involuntários que não me deixam dormir. Andava a esconder certas coisas mas esta noite o meu tesouro foi descoberto pois disse mais do que queria. Disse o teu nome tantas vezes que o quarto ficou surdo, disse o teu nome tantas vezes que já não sabia o teu nome, perdi-me nas suas letras. Fui visitar uma árvore caída, ela culpou-me imediatamente pois tinha sido eu a derrubá-la, pedi-lhe desculpa e ela aceito sem pestanejar pois precisa de mim para a regar. Reguei a cabeça para que surgissem novos pensamentos, mas foi em vão pois continuei a dizer o teu nome. O Francisquinho ursinho também não conseguia dormir, abracei-o com muita força e contei-lhe um segredo: “a felicidade está perto de nós.” Ele já sabia e disse-me: “mais perto do que julgas.”

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