sexta-feira, 18 de julho de 2008

Imagina que não existem portas, apenas entradas, é fácil de imaginar… Atravessar os caminhos correndo os céus azulados como se fossem dedicatórias que alguém um dia te trouxe escrevendo o som do teu nome à beira do sabor da salva. Imagina que não tens existência, ninguém iria acreditar, só iriam olhar para a tua camuflagem e deixariam o ouro de parte.

Atravessas campos de trigo num céu negro de pássaros no altar. Imagina, imagina… Porque a aguardente de rouxinol está quase a acabar e eu quero afundar-me nas suas penas.

Imagina que acreditar é já quase deixar de acreditar, porque a que a imaginação podia ser uma flor que vejo morrendo com as plantas e os pássaros quando estiver quase todo morto irei cair redonda no chão sem forças para me levantar.

Imagina que toda a vida acredita num canto que cantei, num desenho que desenhei, em todas palavras que escrevi, nos disparates que fiz, nas partidas e brincadeiras que inventei e fiz na menina que sempre fui. Imagina, imagina… A imaginação é isso tudo também… Imagina que não existem portas…

“You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one”

(John Lennon)

Sem comentários: