segunda-feira, 9 de junho de 2008

Conversa de autocarro: “Nunca mais poderei regressar à inocência.”

(Eu pensei: eis uma grande verdade. Pensando melhor, há apenas uma forma: Eu sou a inocência. Mas é tão perigosa como atirar-se para a linha do comboio quando este está a segundos de passar…)


a tua linguagem
é a matéria pura
que faz acordes com a minha
qual a minha palavra
que deseja a tua?
há um gesto que procura
inicialmente o teu ele
é a própria sede
é o som dos jardins
o crescimento lento das árvores
porque os teus ramos
entrelaçam-se
sumptuosamente nos meus

P.s.: que classe: entrelaçam-se sumptuosamente nos meus... estava inspirada ou quê?


Era o melhor passo que dava, esse na tua direcção. Prendia-me esse teu rosto de poema que escrevi algures na palma da minha mão. As horas eram incertas, uma insondável palavra libertadora surgia ao longo dos dias: O rasto de ouro da tua voz ia permanecendo em mim. Uma folha rodopiando, nunca caindo, sempre rodopiando, foi o que perdurou, o que perdi, o que sentirei sempre falta.

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