sexta-feira, 27 de junho de 2008

15 metros de neve pura gélida e tu não vês nada à tua frente. Eu afundo-me exactamente à tua frente, enquanto falo com ela e assassino-a vezes sem conta. Quem és tu, quem és, vens lentamente com um punhal sabendo da minha visão cega, dizes o teu nome para apenas me arruinares a audição com os teus berros e não me deixas falar a linguagem falada das palavras. 15 metros e estes olhos de mundo nada vêem de tão gelados. Quem és tu, quem és, os rostos não te faltam, sabes tudo menos os meus nomes e eu caminho até à minha própria escuridão para a descrever com os sentidos possíveis, todos e mais alguns. Quem, quem vem de máscara nestes 15 metros de neve pura gélida dizer-me que falharam todos os caminhos, todas as linhas, todas as palavras, enquanto eu escrevo a carta, as cartas que te falam, que não te desabam nunca. Conheces o som do punhal? Afunda-se na pele a 15 metros de neve pura gélida.

Beatriz

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