sábado, 26 de julho de 2008

A mortalidade do melro

Minha mente é de frágeis golpes
golpeando-se a si mesma,
escureceu impregnando o ar desse aceleramento
que descreve a cinza dos dias que são sombras
e desencontros permanentes

Poços profundos esses pensamentos
deturpando visões indecifráveis

Sou o melro que caí morto do céu

A mudez caída na rua
enquanto um policia passa mais um dia enfadonho
com as suas multas de trânsito
e o lixo acumula-se entre nós dois, entre o nosso diálogo
não passamos de crianças tristes
a quem ladrões conseguiram comprimir-nos a um canto

A vida não existe
perdemo-nos algures na noite
e se voltar a luz da madrugada
é para nos mostrar a cabeça esmigalhada do melro

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