terça-feira, 22 de julho de 2008

Perto do fogão sentada no chão embriaguei-me e chorei porque as minhas raparigas, essas carências atrás de carências e solidões atrás de solidões, os entardeceres queriam matar, matá-los a todas, como quem mata as caudas dos peixes e impedi-los de se mexerem. E então, ficar ali naquele chão porco imobilizada na tristeza que só vem porque o inverno é sempre perfeito, e a perfeição é a dor mais dolorosa e marca excessivamente apagando todas boas frases que disseste, às quais te respondi, enquanto agora respondo sozinha, mais vinho, gin, cerveja, já nem sinto as pernas, não quero este palco obsceno, mas é tarde demais e cheira a morte.

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