terça-feira, 17 de junho de 2008

Ora lá vem mais um pouco do Ideal de Amor, na sua forma ultra-romântica...

E de repente tu disseste algo e eu ri-me e tu não percebeste. Nada havia para perceber, para além de tudo o que já havíamos dito. Mas claro, é preciso dizê-lo, uma vez, e outra: as estrelas estão sempre a ser acesas quando tu chegas, com esses olhos de sol. Como é possível seres tão incandescente? Chegas com esse rumor de água viva respirando milhões de barcos nos meus portos, transbordas, transbordas e eu apenas floresço e rio-me. Avanço ao teu sabor. A tua boca aromática, essa harmonia que anseio alcançar. Conta-me o teu segredo. Dou-te o meu continente azul porque tu estás sempre a apontar o Sul. Falamos de medo mas voamos mais alto do que o céu. Dizes que sou o arco-íris, mas és tu que compões as minhas cores e eu estendo-me nas tuas varandas. Digo que vou cair e tu seguras-me… Como podes ser tranquilo, se eu sou um meteorito? Talvez seja uma serpente enrolada no teu pescoço, mas és tu que me alimentas. Dou-te o ritmo, só te vejo a dançar. Adormeço nos teus braços e vejo-te acordar. Julgava que era felina mas estava enganada porque tu é que tens imenso pêlo e me aqueces. O teu corpo embriaga-me e o meu lateja: só sei chamar pelo teu nome, o teu nome é o fundo do meu oceano. Contigo vivo ondulada e tu vives em casa. Achas que vives em casa? Porque apesar de uma certa turbulência eu sou uma concha que sustenta o teu mundo e te entrego a ti mesmo agarrando sempre a tua mão.

P.s.: tinha que rebentar a escala. Sou boa nisso, a rebentar escalas! Eh, eh, eh!!!

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