sábado, 7 de junho de 2008

I can change, I can change, I can change

Bruno, vamos com os saltos do vento, somos rostos nus perfeitos. Perdemo-nos sempre e gememos na carne que arrancamos, nessas dentadas mais profundas que os ilimitados oceanos. Somos as sementes do viver, o crescer é a erva que se abre nas nossas gargantas. Cheiramos aos restos dos infernos de onde subimos. Bruno, não há muralhas, apenas o ser livre, as ninfas sedentas de multiplicação dos peixes que correm nas nossas veias.

Carpinteira


“you and me, we got the kingdom, we got the key”

Lavo-te a cara com as minhas mãos douradas. Com o sol digo-te que tens o coração radiante. Sim Alexandre, o teu coração incendeia-se diante da minha canção. Eu serei a tua guia nas tuas horas que dizes sempre sombrias. A tua casa trancada Alexandre, encho-a de feno, quebro-lhe o silêncio, mostro-te o sol posto num caminho cheio de lanternas, num lume de carinho, e damos passos crescentes nos dias. Eu sei matar as feridas abertas das trevas Alexandre, sei como se fala com o medo e com as trovoadas que entornam o teu sangue. Estanco esse campo de batalha infindo com as minhas árvores que se estendem por amplos vales, dou-te o abrir das minhas palavras, das minhas sementes, o coração que bate nas minhas mãos.

Sara

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