sábado, 17 de junho de 2017


Vocês, vocês aí que nunca leem aquilo que eu escrevo, que nunca me ouvem com vontade de ouvir e de aprender. Eu sou aquela que escrevo e todas as minhas palavras respiram a minha vida. Vida solitária a minha, escrevo coisas embelezadas de tesouros e vocês cortam-me com tesouras. Esta é a "Poesia da Minha Vida". Ninguém ouve, talvez eu oiça...


CENTOPEIA


 

Aguaceiro de tormento

percorre a pele sensível

A cantiga que sei de cor

continua infatigável a tocar

A centopeia perdeu o tato

seu corpo de mil bocados

não desiste de caminhar

Nessa chuva miudinha

que torna bolorento o horizonte

ao som da mesma melodia

ela entra pela noite insistente

O olhar já exausto

não cessa de perscrutar

vai noite adentro

até a alvorada rebentar


Ass: Carpintas Pintas

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