terça-feira, 27 de dezembro de 2016


Borboleta voa, voa

És a borboleta de todas as minhas paisagens, vejo-te borboletinha de olhos abertos ou fechados, vejo as tuas asas quando estou acordado ou a dormitar, as tuas cores reluzem sempre para mim pois queres fazer-me bem e assim voas à minha volta o dia inteiro. És uma borboleta muito irrequieta e adoras andar de um lado para o outro e vais fazendo desenhos no ar (fazes lembrar a melga que morou connosco), às tantas paras o teu voo e pousas em cima de mim, ofereces-me o pólen que apanhaste pois achas que eu me alimento do mesmo do que tu. Guardo o teu pólen no meu interior, numa caixinha chamada: és o meu calor. Gostas de pousar as tuas patas no meu corpo, seja a mão ternurenta ou na perna peluda, gostas também de me despentear e de me fazer cócegas debaixo do braço, adoras saborear o teu sobe e desce pelo meu corpo, logo de seguida desces por um caminho diferente.

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