domingo, 14 de setembro de 2008

Sombras atrás de sombras viajavam no meu olhar. Eu era a própria perdição, enterrada no inferno, os vermes escondiam-se em cada gesto, já não havia uma única canção. Reduzida à minha ilha de solidão, no meu lado só permaneciam raízes rios e secos. Eu ouvia o barulho do frio no corpo e as suas tentativas de respiração. A palavra desesperança estava constantemente colada ao meu tempo de cansaço sempre escurecido enquanto a poeira ia pousando sobre mim.

Beatriz

Na minha imaginação te refugiaste porque eu te estendi as mãos. Ofereci-te a fantasia no meio da tempestade, cores no seio das sombras que eram os teus fantasmas. A viagem da poesia nunca te largou e foram os teus frutos no teu mais alto céu. Disse-te que havia magia nos lugares onde vias espinhos com os teus olhos ardendo lágrimas. Sei que pegaste nas tuas palavras e inventaste um novo mundo, libertando-te da desesperança, voltando a acreditar no sonho.

Bernardo

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