quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Os 80 comprimidos foram sempre o limite de um grande sofrimento. Apesar de existir essa possibilidade nunca a encarei como real possibilidade. Era apenas um escape: se eu morresse tudo isto acabava. A dor terminava finalmente. Na mais terrível das dores todas as possibilidades estavam em cima da mesa. E, por vezes, os 80 comprimidos têm muita força. Quis sempre viver, mesmo quando não queria. Porque, na verdade, só queria deixar de sofrer. Dizia muitas vezes que não queria viver. Mas continuei sempre o meu caminho. Vivi o melhor que pude. Mas vivi muito, muito mal. Podiam ser 80 comprimidos de paz. Dessa paz que alivia a alma.

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