segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Olá outra vez. Estou agora a rever os meus poemas “Negros”, tenho de ter outra colecção de poemas pronta para concorrer a concursos, para já só tenho uma: “Canções de Ternura”, e vê tu bem é sobre Amor. Estou a pensar chamar a esta colecção: “A ferida por baixo da cicatriz, quem cura?” Tenho tantos poemas, tenho de os organizar. São 84 páginas, eu vou na 17, mas estou a ver na diagonal. Aqui vai um, acho que não é nada de especial, mas não estou para estar aqui a escolher:

Se o sonho volta a mão para dentro
O trigo não deixa vir a ceifa
A canção não desce do céu
Aqui, onde moram todas as raparigas
Há tristeza e chovem os tremores da terra
Os poetas cantam sem virtude
No vazio das paisagens
E a menina mais nova da aldeia
Pergunta à mãe: levas-me à praia?

Os poemas negros não são nada de especial porque, acima de tudo, foram uma catarse de momento. Há uma faceta minha muito negra, ficas já a saber. Passei por muitas merdas e muitas dessas coisas ficaram entranhadas em mim, é a vida. Chamo-lhe a Escuridão. É um sítio muito feio, mortífero. E apesar da minha vida ter mudado substancialmente, das depressões terem acabado, ainda a sinto dentro de mim.

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