segunda-feira, 28 de julho de 2008

O meu mundo são ausências
Demasiadas ausências
Que já não sei de memória
Que não se partem contra rochedos
E trazem escritas as línguas mortas
Nunca chegaste a ouvir
O que respirei, o que amei em ti
O mundo foi uma escada
Que quis estender-se no infinito
A sua voz rasgou-se
Devorada pela palavra que nunca disse
Mas sei que foi fim
Mas fomos o cheiro dos bosques, das suas resinas
Lembro-me das cabeças voltadas para o sol
Nenhum barulho mais ouvi ou senti depois
Na mansão vazia onde vivi
No espasmo da minha solidão
Não sei onde foste
Onde quiseste estar
Eu passei o limite do mundo
E tive de entardecer sempre só
Nas ruas moribundas onde passei a habitar

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