quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ela perguntou porque é que as portas se fecham e as nossas caras adormecem um sono torto nessas fechaduras, nesses mundos onde não entra nem uma pequena mão. Se me dizes que ele é um salão onde possso dançar eu rio-me, porque houve sempre dias e dias em que eram tão quebrados que nem as janelas se abriam neles. O sol era tão quente alguém me disse, alguém que podias ter sido tu, subindo ruas e dando cambalhotas pelas horas sem te lembrares de mim. Tudo reluzia sempre e sempre, enquanto eu nunca tinha direcção e só sabia o que era chamar por era tua antiga paixão. Ela dizia com a minha voz, falando sozinha, com as palavras minhas que os olhos eram lágrimas sem parar, porque ela não viria. Talvez o caminho fosse longo, esse caminho de minutos de tua casa à minha. Tinha perdido as notas, aquelas que tocam as sinfonias com intrumentos simples de encanto que te encantava, cantando ao sol e nesses dias tu virias, há muito tempo atrás. Ela dizia, dizia e os mundos não eram senão as nossos sopros entrecruzando-se em várias posições. Agora ela escrevia nomes de uma melodia que a mordia todas as imagens e lembranças nos dias porque deixaste de estar nessa minha canção.

Beatriz

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