Os
dois hemisférios atacam rebentando as pontes
Era
uma vez um hemisfério esquerdo que era muito organizado, era desarrumado mas
por outro lado adorava planear tudo na sua vida de forma muito lógica. No entanto,
o hemisfério direito tinha uma grande desenvoltura, funcionava excessivamente e
nunca se cansava. A pessoa que comandava estes dois hemisférios é uma grande
Escritora, o hemisfério direito é uma beleza sem fim a misturar as palavras, já
o hemisfério esquerdo trata da gramática, tem poucos conhecimentos gramaticais
mas como é uma pessoa muito inteligente (Q.I.: 120 e de vez em quando mais um
pouco quando há festa nas cidades internas) o barco navega sempre em frente. Sonha
um mundo do Bem onde todas as casas têm sossego de alma e as estrelas nascem iguais
para todos e são luz no coração de toda a gente. Aparece do nada um pouco excêntrica
com roupa desaustinada e com frutos maduros nas mãos de ouro para dar com um
sorriso na cara. Tem dificuldades em adormecer por isso conta histórias graciosas
no quarto cheio de bons ouvintes que batem palmas no final. É de emoções em
ponto de rebuçado, feitas de dinamite e raramente envoltas de loiça partida. Está
sempre a ouvir música nas suas colunas velhas como as antiguidades mais
antigas, música suprema que varre os mosquitos do quarto. Tem muita
criatividade e imaginação por isso consegue ver o mundo que lhe parece negro
com palavras muito doces como o doce de framboesa, essa delícia que cresce
sempre selvagem dentro dela. Também é bravia e sabe lutar pelo osso do cão, tem
força para vencer os naufrágios pois inventa botes de salvação na selva que a
atira às ondas mais ferozes. Refila com as regras que pouco sentido têm,
acha-as sem nexo e quer passar-lhes por cima. Há outras regras que para ela faz
sentido respeitar mas nem sempre lhe apetece seguir o que deve ser pois o deve
ser pode ser às vezes é muito aborrecido ou limita o sangue das veias que
desejam ser ganhadores. Nem sempre é amiga dos limites, anda perto da linha
limitativa e por vezes ultrapassa os limites sem querer saber do final da
história. Leva as emoções muito a sério e estas ora lhe dão riso infindo ora
lhe oferecem momentos de angústia. Para terminar: é uma romântica incurável e
tem um jovem Escritor a quem dedica toda a sua obra, ele é também mágico e faz
aparecer no papel metade das palavras da sua Escrita. Neste momento até podia escrever a palavra fim mas não há final na vida desta pessoa pois a Eternidade é uma autêntica Verdade.
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