segunda-feira, 8 de agosto de 2016


Há estrelas que são o nosso sonho em forma de maresia, pintam a nossa dança de beijos luminosos que abrem as janelas do infinito. Enrosco-me em ti no silêncio da noite para sentir a ternura que fez ninho no teu interior. Vagueio pela tua magia, sinto a leveza de um bom dia cheio das prendas que me ofereces. Todos os nossos momentos são vestidos pela riqueza dos minérios em bruto que surgem só para nós.

A poesia que sinto por ti é mais do que a vastidão, canta como mil cigarras no quente, quente de um dia mordiscado pela sonoridade de um rio de leito demasiado largo que embarca numa jovem vela que cresce até a uma altura de ondas turbulentas. O meu toque apenas existe para te ver brincar com os vulcões que dinamitam o orvalho, tropeça na minha viagem ainda mais pois tenho um lugar dentro de mim só para ti: chama-se coração d’ouro.

Mergulhar
 
Um lugar nosso aceso com as luzes de uma certeza: o Amor é o nosso odor conjunto. Vamos juntos engrandecer-nos com a poesia que é o movimento da nossa vida. Vem até mim para respirares o meu sangue e eu serei a tua matéria, o nosso voo acasalado será jubiloso. Estamos sempre perto e a nossa verdade é o brilho que os nossos olhos libertam porque vivemos todos os momentos a mergulhar no afeto só nosso.

O Amor em beleza
 
Vida que és dentro de mim só substância vital, deusa que me apanhaste a minha coroa, preciso de ti para libertar o rugido da minha existência. Saboreio-te sentindo-te em respiração, o teu vento junta-se ao meu e todo eu sou um mar ardente de Amor.

O teu Amar
 
Envia-me um rumor teu, um rumor que eu reconheça como sendo o Amor que sentes sempre, vem até tudo seres tu. Dá-me o teu abraço puro, aquele teu abraço que me faz embarcar em ti e viajar pelas estrelas que desenhaste só para mim. Diz-me tudo e depois continua a dizer-me ainda mais, quero a tua vida sorrindo para mim e cobrindo-me de palavras tuas.

Estás demasiado perto, sinto o toque que habita o interior do toque, sinto rasgares-me o paladar e danço a dança  do coração que murmura a voz de uma gaivota que atravessa todo o mar num repente. Estás no meu interior e és manta que acasala com a minha lã, estou quente demais pois tu ferves-me toda Amor, tudo em mim se mexe brotando o teu dourado.

O meu Amar
 
Amar sereno que é só vida, implode rochas abrindo fendas de luz e criando vento quente ao redor do coração. O coração sente apenas o crepitar do toque puro. A minha viagem é solar, trepida toda e leva-te ao interior da minha pele. Na minha pele podes ser um mar que me toca longo, podes abraçar-me de verdade.

Existem formigas louras que atrapalham a dinâmica da velocidade que foi definida há séculos, elas ultrapassam as montanhas de vigor e lancham as consequências de partir um pão ao meio. São formigas matreiras que foram à escola e com a sua inteligência voraz fazem férteis os seus ninhos. Fazem patinagem por onde passam e deslizam os seus corpos pelas plantações em flor. São formigas que caminham despertando apenas ganhos e lucros, trazem nas cabeças coroas que são sabedoria que faz mover moinhos.

Levantas o pó fresco da seiva e subo com as suas vísceras, as tuas linhas vêm até mim num embaralho que sei pôr em forma, a forma de um sonoro matagal que cresce furando as portas fechadas. As letras que escolho para ti são uma estrada bafejada pela sorte que te ofereço pois quando estás tudo jorra mais largura de vida. Faço rimas com o teu vento, levo-o longe demais: esvoaça rumo a entradas que têm perfeição nos traços, dançam os átomos que viajam pelo turbo do universo.