O teu corpo
És grande como nunca vi igual pois és um ser vasto com demasiada vida, tens vida em todos os formatos que a imaginação permite sonhar e ainda outros quadrados e círculos desenhados pelas balas que acertam no que é vago e sem nexo, acertas em quase todas os números sagrados de cor escura sem olhar para a paisagem deles, nunca usas o silenciador pois preferes atirar com a tua exatidão mais que perfeita nas linhas indefinidas e fazer muito barulho. São formatos que mostram o acabar das dúvidas internas que cercam o ser, formatos plenos de certezas absolutas, formatos de tintas vesgas que elucidam ainda mais a tua grande inteligência, conheces tudo aquilo que existe na natureza sempre em crescimento felino (ela tem muitas garras para sobreviver a todas as intempéries como por exemplo os invernos mais terríficos, caí muita geada nesses dias de frio que trama as raízes) e que faz crescer o alimento que dinamiza a verdade suprema de toda a vida, ela reina no teu território pessoal: dás-me toda a tua terra quente de ternura que é sopro do teu continente de vestes luzindo um olhar dourado que dança num frenesim apaixonado ao meu redor. No ritmo da tua dança de matéria fosforescente estão representadas todas as tuas emoções primárias e secundárias, és sábio e para eu dormir melhor iluminas as noites de insónia, nelas sonho acordada com os baralhos de cartas que jogo neste momento rumo a um futuro melhor, ouves as minhas palavras de esperança e sorris. Respiras quem eu sou de verdade quando penetras a minha vivência suprema, quando somos um do outro misturamo-nos com todas as Nossas virtudes borbulhando vida que não para, somos um do outro totalmente e assumimos a forma de um torpedo que liberta o som de toda a passarada e assim voamos longe, longe. Esta forma radical que se chama torpedo tem um nome de espécie bombástica que escolheste à minha revelia, este torpedo vem na forma de grande originalidade e acontece mais por tua causa (eu sou mais dada a olhar para as nuvens, dou-lhes todos os significados são a voz de um reino de grande repasto físico e psicológico que atrai até si as populações das aldeias mais próximas). Sinto na tua presença total uma vivência que me permite ser a poesia apaixonada por tudo o que é radioso, entras em mim sem autorização mas eu gosto dessa irreverência que não toca à campainha, entra sempre que desejares: espero-te.
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