quarta-feira, 10 de agosto de 2016


Sou solar e no meu interior vive a alegria de sentir-me sempre viva. O sentido que dou às coisas cresce com as ervas que se balouçam junto de mim. Sou feita da água que é mundo livre, água revolta que torna férteis os campos. As minhas palavras são uma dádiva que escrevo em cadernos de ciano, constroem casas enfeitadas de ruas em animação contínua.
Viajo sempre por uma paisagem verdejante pois tenho muito mundo e vejo vida em todo o lado. Vida em forma de barco velejador, as suas velas anunciam terra nova e o sentido das coisas aparece. Regresso sempre a casa pois as minhas janelas mostram uma paisagem de contentamento que desejo para mim. Avanço sempre rumo a um ganho, avanço ao som de uma música de candeia.


Só vida e vida à minha volta numa dança feita de lantejoulas e de um raiar supremo. Sei os seus movimentos todos e sou traça da noite perseguindo magia pura. O que sonhei é agora aquilo que me preenche o sangue, sangue cheio de garra pleno de liberdade e alegria. Grito pelos meus poros um novo dia: tudo voa em sintonia.

Sinto fogo aos rodopios dentro de mim quando a tua sede me invade, ela quer mexer em todos os meus lugares e murmurar as palavras do Amor. Recheias-me de doce, um doce que é feito do mel das gaivotas: no meu mar és felino caçando as minhas sereias. Sinto-te bem perto de mim quando trazes a tua vida animada contigo e saboreamos juntos a música livre de um arco-íris.

Quando fecho os meus olhos apareces com o teu azul único, nunca vi azul mais autêntico, ele penetra cada rio da minha pele e faz com que sinta a vida mais selvagem. Desejo-te maravilhando os meus peixes, trocas-lhes as voltas e eles voam o céu em jubilo. Sinto a tua ternura como um calor que se espalha pelas minhas moléculas todas, elas enchem-se de cores vibrantes. Só tu respiras o mesmo ar do que eu, quando inalo percorres-me toda e surpreendes quem sou.