domingo, 30 de outubro de 2016




Atenção: este texto deu muito trabalho a escrever e devo dizer mais: o leitor deve ter em conta que existem partes pouco percetíveis pois parece-me que a coisa saiu meia surreal. No entanto, o texto tem grande interesse literário e aconselho a sua leitura do princípio ao fim, não desista caro leitor pois cada frase tem vida própria e deve ser acariciada por uma leitura de olhos atentíssimos.

A mossa do Nosso carro é Nossa

 Atenção com alguma calmaria e muita energia: nestes quinze minutos que contam com mais uns segundos de sinal verde para continuar a animação jorrante que quer perturbar os sentidos nasce a matéria de ervas sumarentas que bebem das viagens subterrâneas, vêm ao de cima para arder toda a vida. Vejo interiorizados flamingos voadores de patas incandescentes que riem o sentido verdadeiro da existência voraz. Assim bêbeda de jovialidade simultaneamente tranquila e veloz descubro palavras cheias de répteis que deixaram de andar em fila lógica para serem livres, sentem-se escolhidos por uma espécie de Divino. Sou livre através das palavras que me são caras, são todas as que conheço muito difíceis de falar, invento uma palavra nova só para este Escrito: “Laredamar”, palavra autenticada pela festa de palavras vivaças que vai ter presença nos dicionários, é de autoria plenamente minha e vem revolucionar a língua portuguesa juntamente com as cem palavras que fiz nascer dentro da barriga das frases orgânicas, significa “toma o autocarro azul e preto que te leva ao lar vigoroso da máxima proteção dos elementos do laboratório que é a vida, no lar tens a febre da ternura vinda do sal do mar refrescante, ela chega-te em comprimidos azuis e laranjas, são as cores dos comprimidos que curam as doenças que enchem de minhocas de sentimento-dinamite que invadem a fruta da primavera, és primavera e amadureces a fruta redonda bem alimentada, toma as rédeas das novidades sumarentas e vive todas as tropelias ao som de todos os lugares que formam cidades à tua volta. Por último vem aquilo que muda tudo para algo que dá o sentido à tua alma intranquila pois busca incansável os melhores versos de surpresa fascinante: Ama a vida como se ela fosse apenas emoções de permanência na tua respiração de sangue, remata todos os puzzles da existência com um só golpe que acorda os girinos que desejam todos os torrões de açúcar castanho, o mais puro, para comer mais da vida e encontra a pessoa certa para casares, assim ganharás o céu onde habitam sóis e luas que crescem nos verões inesquecíveis que são enriquecidos pela terra da visita dos vulcões que conhecem as receitas de um lugar belo de olhar, a iris enche-se de lágrimas de alegria que fazem dourar aquilo que é sublime nas flores de sabor a caranguejo que sabe andar em todas as direções, anda comigo dourar todos os dias que nos esperam nos teus toques de recheio romântico, assim erguemos um reboliço artístico que traz dentro de si realizarmos o Nosso desejo de sermos o casal de felicidade jorrante”. Olha, olha, agora sinto ondas eriçadas que esperaram horas sofridas pelo seu tempo real, ondas eriçadas que só querem percorrer em toques de pequenos ouriços caixeiros, é uma viagem de barcos recheados de vapor solar que nem sequer param para fazer o seu som dos animais de dente de sabre em sorriso, mas vê que trazem as estão prendas que nem sabias que querias hoje. Há sempre mais prendas diz-me o fidalgo pois ele sabe que adoro ser surpreendida, hoje trouxe-me oceanos que eu desconhecia existirem e lambeu-me a cara por brincadeira, depois disse “deita-te na cama de molas endiabradas e tens as duas portas totalmente abertas só para ti, estou a dar o máximo para te fazer o bem que tu deves sentir.” “Sim peixinho sou a tua boazona sensualmente transpirada de ti, estou cheia de te bem querer e sei que tu desejas o meu corpo que tem apenas meia dúzia de escamas azuis (empresta-me as tuas por momentos, para eu poder sentir o mar de forma rápida, mar rico de algas verduscas que quero provar), é teu meu Pepino de salada mista!”



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