Atenção:
este texto deu muito trabalho a escrever e devo dizer mais: o leitor deve ter em
conta que existem partes pouco percetíveis pois parece-me que a coisa saiu meia
surreal. No entanto, o texto tem grande interesse literário e aconselho a sua
leitura do princípio ao fim, não desista caro leitor pois cada frase tem vida própria e deve ser acariciada por uma leitura de olhos atentíssimos.
A mossa do Nosso carro é Nossa
Atenção com alguma calmaria e muita energia:
nestes quinze minutos que contam com mais uns segundos de sinal verde
para continuar a animação jorrante que quer perturbar os sentidos nasce a
matéria de ervas sumarentas que bebem das viagens subterrâneas, vêm ao de cima
para arder toda a vida. Vejo interiorizados flamingos voadores de patas
incandescentes que riem o sentido verdadeiro da existência voraz. Assim bêbeda
de jovialidade simultaneamente tranquila e veloz descubro palavras cheias de
répteis que deixaram de andar em fila lógica para serem livres, sentem-se escolhidos
por uma espécie de Divino. Sou livre através das palavras que me são caras, são
todas as que conheço muito difíceis de falar, invento uma palavra nova só para
este Escrito: “Laredamar”, palavra autenticada pela festa de palavras vivaças que
vai ter presença nos dicionários, é de autoria plenamente minha e vem
revolucionar a língua portuguesa juntamente com as cem palavras que fiz nascer
dentro da barriga das frases orgânicas, significa “toma o autocarro azul e
preto que te leva ao lar vigoroso da máxima proteção dos elementos do
laboratório que é a vida, no lar tens a febre da ternura vinda do sal do mar
refrescante, ela chega-te em comprimidos azuis e laranjas, são as cores dos
comprimidos que curam as doenças que enchem de minhocas de sentimento-dinamite
que invadem a fruta da primavera, és primavera e amadureces a fruta redonda bem
alimentada, toma as rédeas das novidades sumarentas e vive todas as tropelias
ao som de todos os lugares que formam cidades à tua volta. Por último vem
aquilo que muda tudo para algo que dá o sentido à tua alma intranquila pois
busca incansável os melhores versos de surpresa fascinante: Ama a vida como se
ela fosse apenas emoções de permanência na tua respiração de sangue, remata
todos os puzzles da existência com um só golpe que acorda os girinos que
desejam todos os torrões de açúcar castanho, o mais puro, para comer mais da
vida e encontra a pessoa certa para casares, assim ganharás o céu onde habitam
sóis e luas que crescem nos verões inesquecíveis que são enriquecidos pela terra
da visita dos vulcões que conhecem as receitas de um lugar belo de olhar, a
iris enche-se de lágrimas de alegria que fazem dourar aquilo que é sublime nas
flores de sabor a caranguejo que sabe andar em todas as direções, anda comigo
dourar todos os dias que nos esperam nos teus toques de recheio romântico, assim
erguemos um reboliço artístico que traz dentro de si realizarmos o Nosso desejo
de sermos o casal de felicidade jorrante”. Olha, olha, agora sinto ondas eriçadas
que esperaram horas sofridas pelo seu tempo real, ondas eriçadas que só querem percorrer
em toques de pequenos ouriços caixeiros, é uma viagem de barcos recheados de
vapor solar que nem sequer param para fazer o seu som dos animais de dente de
sabre em sorriso, mas vê que trazem as estão prendas que nem sabias que querias
hoje. Há sempre mais prendas diz-me o fidalgo pois ele sabe que adoro ser
surpreendida, hoje trouxe-me oceanos que eu desconhecia existirem e lambeu-me a
cara por brincadeira, depois disse “deita-te na cama de molas endiabradas e
tens as duas portas totalmente abertas só para ti, estou a dar o máximo para te
fazer o bem que tu deves sentir.” “Sim peixinho sou a tua boazona sensualmente
transpirada de ti, estou cheia de te bem querer e sei que tu desejas o meu
corpo que tem apenas meia dúzia de escamas azuis (empresta-me as tuas por
momentos, para eu poder sentir o mar de forma rápida, mar rico de algas verduscas
que quero provar), é teu meu Pepino de salada mista!”
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