domingo, 30 de outubro de 2016


Não sou um ser de rebanho pois pincelo o meu mundo com cores fabricadas em horas de horizonte esborratado, horas desacertadas quando as palavras ganham novos significados. Significados que começam com a letra ouro porque têm uma natureza arriscada que cria vulcões no meio da terra calma, o ouro surge quando os vulcões atiram as suas vozes ao ar. Gosto de ser magma, aquele magma que vê tudo como um recreio e passeia-se pelas nuvens de formatos incógnitos, é um magma que descobre que nada tem limites. Quando sou falésia distraio o mar com adivinhas, quando ele não tem resposta atira-se contra as minhas rochas e nasce areia misturada com a sonoridade jorrante das gaivotas. O que eu sou mergulha com força na vida pois deseja participar na força que empurra o mundo para um lugar de orquestra de ritmos que iluminam toda a seiva existente.

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