Não
sou um ser de rebanho pois pincelo o meu mundo com cores fabricadas em horas de
horizonte esborratado, horas desacertadas quando as palavras ganham novos
significados. Significados que começam com a letra ouro porque têm uma natureza
arriscada que cria vulcões no meio da terra calma, o ouro surge quando os
vulcões atiram as suas vozes ao ar. Gosto de ser magma, aquele magma que vê
tudo como um recreio e passeia-se pelas nuvens de formatos incógnitos, é um
magma que descobre que nada tem limites. Quando sou falésia distraio o mar com
adivinhas, quando ele não tem resposta atira-se contra as minhas rochas e nasce
areia misturada com a sonoridade jorrante das gaivotas. O que eu sou mergulha
com força na vida pois deseja participar na força que empurra o mundo para um
lugar de orquestra de ritmos que iluminam toda a seiva existente.
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