segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sempre fui vista como estando um pouco fora das normas, ao longo do meu crescimento isso piorou. Encontrei na arte uma forma de explorar o meu eu mais íntimo e não me importei minimamente se era compreendida, apesar de partilhá-la com os outros. Tive problemas psicológicos na minha vida que levaram muitas pessoas a afastarem-se de mim, precisamente por causa da ideia de loucura, em vez de se aproximarem. A liberdade significa tudo para mim e não irei mudar os meus princípios básicos por imposições da sociedade. Se isso é ser louca, então eu sou louca, tal como muitos.

"Loucos são aqueles que me chamam louca por não terem inteligência suficiente para a minha loucura."

(Karl Schmidt-Rottluff, "Young woman with pigtails")
Caro Jaime, anote desde já que não vai ficar em controlo da situação, se a menina Sara se deixa cair nas suas armadilhas emocionais é porque ela sempre foi uma rapariga dada a essas coisas. Eu, pelo contrário, possuo o poder da racionalidade e estou acima dessas tentativas de manipulação emocional.

Sofia
Jack faltam-te as palavras para explicares o que a pele sente, repeles os sentimentos e vives num mundo que quer estar preso à descida dos passos e se esconde de si mesmo. Por vezes a paixão salta-te dos poros mas tu tapa-la como se as pálpebras se erodissem. Sonhas com o mundo interligado entre os seres, no entanto falhas vivendo apenas na tua cabeça fora das janelas e das ruas.

(Oskar Kokoschka, "The Ship")
O amor que se ergue
No canto de um riacho
Correndo para além das margens
Transbordando tudo
Ao seu redor
Eu senti-te vir até mim
Pela água translúcida
Sentaste-te nas minhas pernas
Como fossem parte do rio
Esse amor que corre
Connosco num barco
De mil remos

Jaime