Não podes morrer
Porque és demasiado grandioso
Estás acima de muitos
Pertences àqueles que não se curvam
E são os mergulhares do mundo
Dizes as formas das cousas
Abrindo as janelas dos saberes
A qualquer gente
A tua compaixão e crença
No ser humano são virtudes
De um mundo mais justo
Não podes morrer
És um homem que dá rumo
À vida de outros com a tua luz
Ao Zé Manel
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Andas pelos caminhos
Crescendo nos teus pés
Aquilo que sentes é o alvoroço
Do teu corpo a acordar
Como se a vida quisesse
Cavalgar os montes
Da penumbra abre-se
Um dia radiante
Os obstáculos são apenas
Silvas a evitar
Tu és valioso como um melro
Que chia e faz sorrir as gentes
Não há frio que te afugente
Porque és quente
E o fundo dos teus olhos é meigo
A tua realidade é um voo
Sempre mais além
Queres perseguir o mundo inteiro
Mostrar o teu canto
Como uma centelha acesa
A vida em ti é uma fonte
De faróis que nunca perdem
O seu brilho
Crescendo nos teus pés
Aquilo que sentes é o alvoroço
Do teu corpo a acordar
Como se a vida quisesse
Cavalgar os montes
Da penumbra abre-se
Um dia radiante
Os obstáculos são apenas
Silvas a evitar
Tu és valioso como um melro
Que chia e faz sorrir as gentes
Não há frio que te afugente
Porque és quente
E o fundo dos teus olhos é meigo
A tua realidade é um voo
Sempre mais além
Queres perseguir o mundo inteiro
Mostrar o teu canto
Como uma centelha acesa
A vida em ti é uma fonte
De faróis que nunca perdem
O seu brilho
Não percebes o que digo
Não sabes que estas palavras
São a minha fala
Aqui há um coração
Que bate nas mãos
Entra como fogo pelos
Meus olhos adentro
O corpo é um relâmpago
Sente tempestades
Música de compasso acelerado
Bebo cafés azuis
Passo dias a voar
Com as gaivotas
Sei desenhar os céus
Todas as cores
O meu riso ouve-se
Do outro lado do rio
Os meus gestos alimentam
As estações dos corpos
As minhas mãos
São livres como os campos
E tu não percebes o que digo
As palavras das folhas
A giravolta do pato e do cisne
A vastidão deste poema
Não sabes que estas palavras
São a minha fala
Aqui há um coração
Que bate nas mãos
Entra como fogo pelos
Meus olhos adentro
O corpo é um relâmpago
Sente tempestades
Música de compasso acelerado
Bebo cafés azuis
Passo dias a voar
Com as gaivotas
Sei desenhar os céus
Todas as cores
O meu riso ouve-se
Do outro lado do rio
Os meus gestos alimentam
As estações dos corpos
As minhas mãos
São livres como os campos
E tu não percebes o que digo
As palavras das folhas
A giravolta do pato e do cisne
A vastidão deste poema
Oriana, sinto que o meu coração é apenas umas gotas de sangue, secando como o Outono seca as folhas. A pele parece esfacelar-se e quero fugir para além do mundo. Oriana, há lanças que me ferem de sítios que desconheço e não há qualquer refúgio à vista. Oriana, falas-me num ideal maior que vive dentro de mim mas já em tudo desacredito, não sei ter asas, não sei sonhar as maravilhas de que me falas quando à minha frente só há um deserto de bolor.
Sofia
Sofia, o teu coração é grande como um bando de pássaros a voar, uma primavera que deslumbra toda a natureza com a sua chegada. O mundo abraça-se contigo porque tens sempre algo para lhe mostrar. O que te fere agora verás que a vida com as suas mãos ternas acabará por curar. É breve o inverno que temes e as flores que segurámos nas mãos caminham já na nossa direcção. Sofia, o ideal vive sempre em ti porque tu própria és esse ideal, navegas nas maravilhas que constróis e há tua frente há sempre um horizonte cheio das tuas fantasias.
Oriana
Sofia
Sofia, o teu coração é grande como um bando de pássaros a voar, uma primavera que deslumbra toda a natureza com a sua chegada. O mundo abraça-se contigo porque tens sempre algo para lhe mostrar. O que te fere agora verás que a vida com as suas mãos ternas acabará por curar. É breve o inverno que temes e as flores que segurámos nas mãos caminham já na nossa direcção. Sofia, o ideal vive sempre em ti porque tu própria és esse ideal, navegas nas maravilhas que constróis e há tua frente há sempre um horizonte cheio das tuas fantasias.
Oriana
Sara porque é que esse amor com que sonhámos partiu sempre e nem ao nosso lado passou. O dia anoitece sem pré Sara e a cama está fria uma vez mais, como o resto do corpo. Tudo parece ter gelado. Tudo são bocados arrancados no meu olhar sem saída. Sara, se me pudesses dar acesso a outros céus, acalmar as minhas feridas e seres as janelas que deixei de vislumbrar. Sara, eu tento seguir o rumo do teu olhar com o meu já demasiado cansado para olhar.
Sofia
Sofia, o sonho nunca parte, ele é uma ave à tua espera, um voo que canta a vida. O amor é um murmúrio que se sente na pele com estas palavras que te escrevo, que sempre te escreverei. O dia anoitece para crescer radioso, e no frio há um caminho cheio do moinho dos astros que são o fogo da noite. Tu vês tudo com o olhar que desenhas nas pessoas e nas paisagens, és essa caligrafia que se entrelaça e corre nua porque a tua liberdade deixa as feridas no passado. Tu consegues abrir todas as janelas, ou serão elas que se abrem à tua passagem? Sofia, o meu rumo é o nosso rumo e olhámos juntas o mundo inteiro.
Sara
Sofia
Sofia, o sonho nunca parte, ele é uma ave à tua espera, um voo que canta a vida. O amor é um murmúrio que se sente na pele com estas palavras que te escrevo, que sempre te escreverei. O dia anoitece para crescer radioso, e no frio há um caminho cheio do moinho dos astros que são o fogo da noite. Tu vês tudo com o olhar que desenhas nas pessoas e nas paisagens, és essa caligrafia que se entrelaça e corre nua porque a tua liberdade deixa as feridas no passado. Tu consegues abrir todas as janelas, ou serão elas que se abrem à tua passagem? Sofia, o meu rumo é o nosso rumo e olhámos juntas o mundo inteiro.
Sara
neste sentimento de poeta
canta-se as sílabas
de um olhar desabitado
que se cristalizou
lamacento inverno
que enterra as palavras
ressequindo as árvores
neste sentimento de poeta
não há nobreza na canção
só um lamento inútil
que naufraga nas suas mãos
não nascem raízes
não estão iluminados os caminhos
mas o poeta faz sempre
nascer uma nova canção
de um terreno despovoado
faz dos seus versos terra em ebulição
canta-se as sílabas
de um olhar desabitado
que se cristalizou
lamacento inverno
que enterra as palavras
ressequindo as árvores
neste sentimento de poeta
não há nobreza na canção
só um lamento inútil
que naufraga nas suas mãos
não nascem raízes
não estão iluminados os caminhos
mas o poeta faz sempre
nascer uma nova canção
de um terreno despovoado
faz dos seus versos terra em ebulição
Bianca, o que queima aqui dentro senão essa dor pesada de uma ausência de palavras. Mas Bianca tu és um furacão que passa aceso e ensurdece quem o sente. Bianca a tua vida não tem freio e estremeces corpo inteiro, falas os quatro ventos e regressas em ardor.
Eu seguro-te a tua mão quando o abismo estiver à tua frente. Abraço-te quando a tua raiva treme e quer invadir tudo de chamas. Serei quem te protege em todos os momentos pois é aquela que sabe respirar o corpo das flores, as madeiras novas. Faremos viagens que o próprio coração tocará, passos dançando rios de sementes.
O teu Amor, Bruno
Eu seguro-te a tua mão quando o abismo estiver à tua frente. Abraço-te quando a tua raiva treme e quer invadir tudo de chamas. Serei quem te protege em todos os momentos pois é aquela que sabe respirar o corpo das flores, as madeiras novas. Faremos viagens que o próprio coração tocará, passos dançando rios de sementes.
O teu Amor, Bruno
Beatriz, o sangue espalha-se pelo chão, jorra pelos caminhos, traz veloz o som da dor, das sombras para quem é longa essa melancolia absorvida interiormente. Beatriz sabes que não lhes podes segurar as mãos, que as águas sujas desesperam quem sozinho se encontra e se afoga nelas na noite mais profunda. Porque Beatriz o abismo está a um passo no imóvel silêncio.
em quantos estilhaços
já me parti nos tiros
que me alcançaram?
galos que me mordiam a cabeça
cavalos aos coices sem cessar
mordidelas de cobras de dentes assanhados
já nem me lembro de todos os ataques
apenas sei que me estilhacei
e já não me encontrou
nos pedaços sem retorno
tento tactear quem fui na terra
onde me descobri mas apenas
sou as sobras, o que restou
uma viúva de mim
já me parti nos tiros
que me alcançaram?
galos que me mordiam a cabeça
cavalos aos coices sem cessar
mordidelas de cobras de dentes assanhados
já nem me lembro de todos os ataques
apenas sei que me estilhacei
e já não me encontrou
nos pedaços sem retorno
tento tactear quem fui na terra
onde me descobri mas apenas
sou as sobras, o que restou
uma viúva de mim
quando os vegetais deixam
deixam de crescer nos campos
a fome cresce nas mesas
quando a servidão
por um bocado de pão
nos faz rastejar
as meninas ficam presas
e acordam vazias
de corpo exausto
a resina seca
tal como os afectos
a cor dos versos
ninguém os quer aprender
são inúteis para
os estômagos vazios
que doem de tanto doer
deixam de crescer nos campos
a fome cresce nas mesas
quando a servidão
por um bocado de pão
nos faz rastejar
as meninas ficam presas
e acordam vazias
de corpo exausto
a resina seca
tal como os afectos
a cor dos versos
ninguém os quer aprender
são inúteis para
os estômagos vazios
que doem de tanto doer
a mulher em queda
vai caindo no fundo do mundo
sentindo como a liberdade acorda morta
ela herda a morte
dos pássaros que já não voam
as sementes arrefecidas
das quais nada germina
o frio dessa mulher
é o que morde
as lágrimas impotentes
no caminho da mulher em queda
não há retorno
porque o poço enterra vivo
quem o naufraga
vai caindo no fundo do mundo
sentindo como a liberdade acorda morta
ela herda a morte
dos pássaros que já não voam
as sementes arrefecidas
das quais nada germina
o frio dessa mulher
é o que morde
as lágrimas impotentes
no caminho da mulher em queda
não há retorno
porque o poço enterra vivo
quem o naufraga
Sou a raiva que dentro de mim destrói-se e no ventre brutal esconde a traição de si. Aquela que se abandonou e agora fala na queda do chão que o seu corpo desbravou. Sou a enxada afiada que marca o corpo de miséria. Pele ressequida que não tem coração, o mundo é apenas um lugar longínquo que olho sem atenção. Uma raiva que avança para o ódio, cercado o meu ser, um rosto escuro que cresce na podridão que ao longo das veias vai criando o ser.
Bianca
Bianca
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