O Rafeiro
O
homem começou a praguejar contra quem o tinha tornado num qualquer rafeiro numa
estrada que ele dizia ser podre. Quem o tentava acalmar era atingido por pedras
de infâmias tenebrosas. Ele continuava, agora fazendo previsões cruéis: os
vossos campos irão morrer nas vossas mãos, seus cobardes miseráveis. Delirava,
delirava enquanto tentavam amansá-lo com a brisa agradável que corre perto do
rio. Mas ele, bruto e assustado, era animal sem salvação. Entregava-se às suas terríficas
torturas e soltava-as na direção de qualquer alma que passasse junto dele. Massacrava-se
ferozmente enquanto os outros homens queriam tirá-lo do seu inferno. Mas ele já
não sabia viver fora dele.