quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Amo-te quando em largo, alto e profundo
Minh’alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingénua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse,
Ainda mais te amarei depois da morte.
Minh’alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingénua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse,
Ainda mais te amarei depois da morte.
Respiro-te porque só podia ser assim, o ar que transpiras pelos
teus lábios em flama e pelas tuas narinas de imensidão tinha de ser meu pois
preciso dele para ser oxigénio no meu interior. Quero a tua pele encostada à
minha, depois podíamos construir um ninho com os ramos e as ervas que nascessem
dessa união. Os meus sentidos pedem os teus, são mil horizontes que te tocam em
forma de concha soltando a sua pérola para ta oferecer. Quando a noite chega
canto-te a mais bela serenata, viajo até ti sussurrando-te o feliz encontro
entre nossas almas e falo-te da substância do amor. Quando amanhece despertamos
para um dia diferente: existe entre nós a fala de corações. E, quando anoitece
novamente, adormecemos num abraço.
Esse
toque teu que sinto no meu lugar secreto, esse toque-beijado que surpreende a
pele, sede tua procurando a minha vida entranha-se nos meus poros que pedem o
teu desejo, fazendo fogueira em toda eu. Continua pois espero a tua língua-sabor
no íntimo dos meus sentidos. Percorre, com as tuas mãos, o prazer que surge quando
vivemos a nossa sofreguidão um pelo outo, a que chamamos de loucura. No meu
interior queres ser o meu sangue e possuir-me com toda a tua liberdade. Conheces-me
nua, as tuas fantasias são a passagem do teu olhar querendo o meu corpo,
digo-te apenas: vem.
But then you came my way
And a feeling unknown shook my heart, made me want you to stay
All of my nights and all of my days
I gotta tell you now
Something's gotten hold of my hand
Dragging my soul to a beautiful land
Something has invaded my nights
Painting my sleep with a colour so bright
Changing the grey and changing the blue
Scarlet for me and scarlet for you
And a feeling unknown shook my heart, made me want you to stay
All of my nights and all of my days
I gotta tell you now
Something's gotten hold of my hand
Dragging my soul to a beautiful land
Something has invaded my nights
Painting my sleep with a colour so bright
Changing the grey and changing the blue
Scarlet for me and scarlet for you
(Nick
Cave)
Quando
apareceste soube que eras tu, reconheci os teus gestos de ternura. O meu
coração parou de tanto bater, quando voltou a bater tinha-se fundido com o teu.
Como não ficar? Tudo o que eu mais desejava era, a cada momento, viver o belo
que era o nosso Amor Verdadeiro de tão precioso que ele era. Soube que eras tu
mas não sabia que seria assim: uma respiração nossa casando-se, criando um
mundo de refúgio nosso, a nossa casa, horizontes infindos nossos. Aconteceu-me
algo, pegaste na minha mão e levaste-me a passear por pássaros que acendem sóis
e por frutas que semeiam árvores. A minha alma sentiu-se envolvida por um
turbilhão de chuva de novas cores que pintaste na seiva dos nossos dias, tudo
ganhou um sentido novo: encontrámos o que precisávamos dentro da nossa união.
Durante a primavera inteira aprendo
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstrato
correr do espaço -
e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra cai da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me faltam
um girassol, uma pedra, uma ave - qualquer
coisa extraordinária.
Porque não sei como dizer-te sem milagres
que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,
que te procuram
(Herberto Helder)
Em mim existe uma sede que te procura, é feita das minhas sementes
e raízes, procura-te na direção certa porque pede a tua presença e tu és lume
envolvendo-me. És milagre vindo de uma lua azul que escutou o que faltava de
felicidade na minha mais íntima substância. Como dizer-te que habitam em mim uma
infinidade de estrelas e que elas giram ao teu redor para tu te alimentares
delas, apenas te posso dizer que elas te pertencem pois plantei-as para ti. Posso
falar-te do amor que principiou dentro de mim como vida toda florescendo a
primeira vez que te senti junto de mim, renasci como bailarina ao vento.
Dois ratos andavam à procura de comidinha e encontraram duas baratas.
Os ratos cheiraram-nas e disseram: vocês estiveram a comer bem. As baratas por
sua vez disseram: já vocês não. Os ratos perguntaram-lhes: onde acharam
comidinha? As baratas responderam: onde achamos já não há. Mas estamos com
muita fome. Azar o vosso, bem agora vamos andando, temos mais que fazer do que
estar a falar com ratos ranhosos. Os ratos, está claro, não gostaram da
atitude. E se a gente vos comesse? As baratas ficaram com muito medo. Nós comemos
mal. Mal como? Merda. Mas merda é boa, responderam os ratos. Depende do tipo de
merda, esta já tinha muitos dias. Durinha ainda por cima, que bom. Estava podre,
era nojenta. Tanto faz, estamos cheios de fome. E comeram as baratas. Passadas algumas
horas os ratos começaram a sentir-se mal e foram ao médico-rato. Ele disse-lhes:
lamento dizer-vos mas essas baratas comeram merda envenenada e o mais provável
é que vocês tenham poucas horas de vida. Os ratos entraram em pânico e quiseram
encher a pança uma última vez. Foram à procura de comidinha e nada. Então,
foram à procura de baratas e comeram o máximo de baratas que encontraram. Sentiam-se
cada vez pior e voltaram ao médico-rato: tenho boas e más notícias, as boas é
que o veneno saiu do vosso sangue, as más é que vocês tiveram uma overdose de
baratas e têm poucos minutos de vida.
Oh, my love, my darling
I've hungered for your touch
A long, lonely time
Time goes by so slowly
And time can do so much
Are you still min I need your love
I need your love
God speed your love to me
I've hungered for your touch
A long, lonely time
Time goes by so slowly
And time can do so much
Are you still min I need your love
I need your love
God speed your love to me
(Righteous Brothers, “Unchained Melody”)
O
meu ser almeja o teu toque como um grito inundando o próprio mar, surjo desnudada
perante ti para te pertencer todos os dias num transbordar de Amor. Esperei
tanto tempo, tempo sofrido que se arrastava pelas horas imensas, tempo de
solidão que pesava invernal. Saber-te meu é tão luminoso como um campo sempre
coberto por pólen, nesse campo festejamos juntos a alegria de nascermos com a riqueza
de toda a vida. O teu Amor é mais do que Amor, são todas as formas de Amor
existindo dentro de ti e sei que o tens guardado só para mim. Deus enviou-te
para seres meu.
Ficaremos
juntos pois as nossas vidas estão demasiado próximas, manter-nos-emos sempre num
abraço-sorriso. Nunca sinto a falta do teu coração porque mo ofereceste, ele é
dádiva-mágica tua para mim e emerge numa surpresa constante. Sou louca por ti e
sei-te nessa felicidade também, és vastidão que fala às minhas veias e peço-te
para te atirares ainda mais de cabeça: quero o teu mergulho mais profundo
dentro de mim. O teu Amor Verdadeiro é uma viagem-pássaro onde danço com os
meus ramos em incêndio, ao teu lado o meu mundo torna-se maior. Aproxima-te
mais, quero sentir as tuas asas derramarem sobre mim toda a sua vida.
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