sábado, 21 de junho de 2008

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Fui comprar os jornais à minha mãe (contra a minha vontade, claro)

Depois fui comer qualquer coisa ao meu café preferido do bairro (um pão de leite com um tesouro, se faz favor) com o pessoal. É giro estar com a malta do bairro, contam aquelas histórias porreiras de quando éramos todos miúdos. Basicamente, toda a gente aqui no bairro sabe quem eu sou. É sempre bom ver alguns desses rostos amigos sorrirem ao olhar para nós e darem-nos um grande abraço.

Depois toquei novamente à campainha, 3 vezes, como é hábito cá em casa:

Ouvi a voz da minha mãe:

- Quem é?

- Não levaste a chave?

Resposta:

- Quem é que achas?

Ao não levaste a chave eu nem respondi, não é? Muitas vezes eu levava a chave e mesmo assim tocava... Porquê? Porque demorava mais tempo a encontrar a chave do que a tocar, a esperar pelo elevador, chegar à porta já aberta, ver 3 telenovelas e respectivos intervalos, jantar o jantar queimado, tomar banho de imersão, estar ao telélé durante meia hora, chatear as minhas gatas amorosas, fumar 2 maços de tabaco, escrever 30 poemas, deixar o jantar queimar, o meu pai mandar-me de castigo para o quarto aos 10 anos (ou aos 37 anos?), sonhar com o fundo dos teus olhos, atirar-me para o chão de tanto rir e rebolar-me durante... sei lá... horas, ver neve pela primeira vez, beber uma garrafa de baileys inteira em 10 minutos, competir com as piadas sexuais do tipo que dizem ser meu pai, blá, blá, blá...

De que cor é o fundo dos teus olhos?

Quando cheguei a casa a minha mãe estava furibunda novamente... e isso vai cair em cima de alguém! Pois, é que eu ouvi dizer que vai nevar... as histórias que esta gente inventa para tentar afastar o calor... Quente demais? Chama-se Verão, e este ano parece explodir sóis em tudo o que é lugar!
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(Henri Toulouse-Lautrec, "Woman Pulling up her Stocking")
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Já comecei a ouvir a minha mãe...

- Cheira aqui a tabaco que tresanda, tabaco, blá, blá, tabaco, blá, blá, tabaco, blá, blá...

(estava quase para lhe perguntar se queria um cigarrito)

- Quando o pai fumava não te importavas com o cheiro a tabaco...

- O teu pai não deixava os cinzeiros cheios de tabaco de um dia para o outro...

- Isso era porque ele era cruel, eles também têm direito a ser livres e respirar como nós...

- Deixa-me continuar a ler o livro...
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Ontem disseram-me que eu era um bocado mística...

Eu respondi prontamente: mística não, mítica!

O meu estúpido ipod parou, do nada, a meio de uma música, o que significa que tenho de andar umas 20 músicas para a frente. Fui parar outra vez ao "Quiet Heart" dos Go-Betweens. Já não há paciência. O engraçado é que parou na música "Love will tear us appart" dos Joy Division.

Como diria um amigo meu: "é um sinal"...

Vejam bem:

Go Division ou Joy Between
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Acho que faz todo o sentido postar este comentário:

Anónimo disse...
és a genealidade em explosão, em grito, em cor, em vida, em sede e em desespero. continua a fabricar mil nomes e soluções para o infindável mundo das possibilidades. andas à frente de todos nós nessa descoberta. nem tu, e muito menos eu, iremos chegar a algum lado, mas isso não importa os lados andam sempre connosco.
20 de Junho de 2008 3:02

Carpinteira disse...
Ora Liana, alguém uma vez me disse "tu és a tua própria criação"... depois também me disseram que "tudo é uma contrução social"... depois as coisas ruiram... depois há empresas (ou fábricas, como queiras) que tratam desses problemas... À minha frente só desfila o horizonte e é quando eu deixo... Ora Liana, mas alguma vez saimos deste sítio nosso, desta heliosfera? Connosco andamos de lado, ao lado... e esse almoço é para quando?
20 de Junho de 2008 21:12
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A minha irmã chegou-me aqui agora mesmo com a cara num vermelhão, até dei um salto:

- Ganda escaldão!

- Não é, é de correr...

- Correr? 'Tás a gozar, ninguém fica assim por correr...

- Pois, antes era só as bochechas, hoje piorou, 'tá na cara toda...

Pergunta seguinte... óbvia, super previsível:

- Elá, então quando fazes sexo isso deve ficar lindo, não? Eh, eh, eh!

- Não sei, não vou a correr ver ao espelho.

Esta última frase é o que algures no passado deste blogue chamámos de Pronto Simples
A Poesia é um Campo correndo Liberdade



(André Derain, "Mountains at Collioure")
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O pessoal ali na caixa de comentários está a queixar-se da banda sonora, mas já sabem que isto é sempre a mesma coisa:

Portanto agora passamos para:

Golden Smog

"Don’t you know, yeah, yeah
Don’t you know that you are a shooting star
Don’t you know, don’t you know
Don’t you know that you are a shooting star
And all the world will love you just as long
As long as you are"

Sem comentários...
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Do Jaime para a Sara:

The heater's on
The windows are thin
I'm trying hard
To keep this warmth in
I turn to her
She's sound asleep

Da Oriana para o António:

Someplace I don't know
Doesn't matter how far you come
You've always got further to go

Da Beatriz para a Bárbara:

I tried to tell you
I can only say it when were apart
About this storm inside of me
And how I miss your quiet, quiet heart

Da Bianca para o Bruno/Do Bruno para a Bianca:

Two hours on
My eyes are open
There's bad blood between us
What did I say
That made you cry?
Our dream won't die
Doesn't matter how far you come
You've always got further to go

Do João Vala para a S.

What is that light?
That small red light...
Scorpio rising
Doesn't matter how far you come
You've always got further to go

(The Go-Beetweens)
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Eu voo rente ao Sol

Quando pedi à minha mãe para me oferecer a minha prenda de anos fora de tempo nunca pensei que a "cena" atingisse estas proporções desmesuradas.

A "cena" é realmente potente!

Mas também já aprendi, e aprendi bem a lição, muito bem até:

O sol é de pouca dura...

Mas é Verão, e enquanto durar eu vou desmesuradamente sugar a sua força, luminusidade e intensidade, oh yeahhhhhhhhhhhhhhh!
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Sábado, Sábado bem cedo na manhã

Fui comprar tabaco.
Quando voltei a chave não entrava. Tinha levado a chave de minha casa.
Toquei à campainha 60 vezes sempre a pensar: a minha mãe vai matar-me!
Esta história sempre foi assim, esquecer-me da chave...
Pensei: pelo menos não são 4 da manhã...
Ela não abriu a porta, ela dorme com tampões nos ouvidos...
Terá sido por minha causa?
Plano B: a porteira
Toquei, atendeu o neto, desfiz-me em desculpas ainda cá fora...
Quando fui buscar a chave foi o neto que veio à porta, mas ela espreitou meia nua da casa de banho, para me dar um qualquer bom dia... Já não sabia onde havia de me enfiar...
Ela sempre foi o meu plano B quando não estava ninguém em minha casa e eu não tinha a chave...
Portanto, ela está meia habituada a estas cenas. E o mais incrível é que ela me adora, sabe-se lá porquê...
Quando cheguei a casa a minha mãe estava levantada, à porta, com um olhar assassino...
Nem consegui falar...
Olhei novamente e pensei: os genes são fodidos, mas vendo bem as coisas ainda posso melhorar um pouco mais o meu olhar assassino, fogo ela é mesmo boa!

P.s.: quando a minha mãe se levantar mesmo é que eu vou ver o fogo!!!
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O início do texto foi apagado por razões de segurança.

Mas continuando...

Ou melhor, finalizando...

Porquê? Porque ou se é ou não se é.
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Uma laranja estava na cama
Deitada
Muito calada
A ver o que acontecia

Chegou um olho e disse:
- Vem já cá para dentro!
E zás! A laranja atirou-se para dentro do olho

É o que acontece às laranjas
Que ficam muito contentinhas
Como quem não quer a coisa...
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(Mark Rothko, "Blue, Orange, Red")

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Sala de estar vazia de estofos, entre as cheias recolhemos as saídas para entrarmos...
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Azul cru é mais forte e carrega uma tempestade ao peito. Dá-me a mão, eu sou um braço só e colhi nos corredores das entradas e saídas a pétala milagrosa de uma flor de sol nos espaços vagos dos meus três dedos e meio...
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A Poesia é um Campo correndo Liberdade

E quando um dos teus maiores sonhos começa a tornar-se realidade?

Isso é...?

POESIA!
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"Sometimes the road less travelled is less travelled for a reason"

(Homer Simpson)
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O Google está solar! Está como eu, à procura de... eu não procuro... eu encontro! Oh yeah!

Aqui vai uma das minhas músicas preferidas, na qual substitui o "you" pelo "me" no local onde fazia sentido... E digamos que toda a música é um diálogo interno...

The Go-Betweens: "Finding Me"

What would you do if you turned around
And saw me beside you
Not in a dream but in a song?
Would you float like a phantom
Or would you sing along?

Don't know where I'm going
Don't know where it's flowing
But I know it's finding me

What would you do
If you saw me driving by in a car
The quickest you've ever seen me spin?
Would you smile and wave
Or would you bow and get in?

Don't know where I'm going
Don't know where it's flowing
But I know it's finding me

But then the lightning finds us
Burns away our kindness
We can't find a place to hide
Come the rainy season
Surrender to our treasons
Can we even find our tears?

Don't know where I'm going
Don't know where it's flowing
But I know it's finding me
Actual

Diz-me alguma coisa que eu não saiba sobre mim...

Do you think you can tell?