domingo, 8 de junho de 2008
Não sangras como eu porque o mundo não te fere como uma fera rainha que te deixa os olhos dolorosos de profunda tristeza. Se não existes, como ter saudades? Sem palavras para falar de um riso que ainda continuo a ouvir-te. Poiso no que fomos e o que digo não sei se sentes, mas eu sinto o sabor do meu amor brilhando em versos, dizendo sobre ti essas fontes raras que iluminam todos os caminhos, mesmo aqueles de qualquer noite pálida. O que podemos trazer ao peito é o saltar de nenúfares, as asas continuamente abertas, um coração palpitante lançando flores ao vento. O que é este mundo senão o nosso olhar tocando-se?
Lisa, és uma jogadora que quase atira os dados viciados à cara dos outros jogadores, rindo-te sempre para dentro dessa tua imparável máquina de libertação magistral. Como se fosses a dona do tabuleiro Lisa, das jogadas dos outros, qualquer solução é possível agora que nada tens a perder. Danças na pista dos solitários que apenas pescam por pescar porque o mar tornou-se demasiado grande. É esse fogo Lisa, esse fogo que te consume que tens urgentemente de te livrar.
em ti todo
o espaço é acessível
a pura presença da terra
o ser reencontrado em mim
um tímido sorriso
de aceitação do Amor
porque se há distância
tu atravessas as raízes feridas
e tocas o meu rosto
recolho-me em ti
porque tu percorres-me
acariciando-me a pele
P.s.: acariciar a pele faz-me lembrar que já merecia umas massagens como deve ser. Esta vida de stress do mundo actual dá cabo do pessoal. Como é que é? Não tenho hipótese de pagar, só recebo... : )
Sara, as searas são o teu reflexo, o que te dá de comer. Nesta mesa estão sentados os teus inventos, falando todas as linguagens que tens aprendido e olhas para elas surpresa. A tua entrada, o teu nome dito pela porta é reconhecido. Olha meu amigo, dizes que eu sou o som da liberdade, pois nesta mesa eu sou a narradora de mim mesma com os dados do meu futuro lançados sem qualquer hesitação. Se me perder, terei ainda a visão que vi na escuridão. Sim, todas as linguagens sei falar, mas não luto em guerras perdidas. A minha verdadeira força é o sino que oiço tocar na minha manhã, as estrelas adoçando o caminho, as palavras em movimento contínuo, os seres de sonho que seguem viagem, as casas crescendo das sementes.
em ti todo
o espaço é acessível
a pura presença da terra
o ser reencontrado em mim
um tímido sorriso
de aceitação do Amor
porque se há distância
tu atravessas as raízes feridas
e tocas o meu rosto
recolho-me em ti
porque tu percorres-me
acariciando-me a pele
P.s.: acariciar a pele faz-me lembrar que já merecia umas massagens como deve ser. Esta vida de stress do mundo actual dá cabo do pessoal. Como é que é? Não tenho hipótese de pagar, só recebo... : )
Sara, as searas são o teu reflexo, o que te dá de comer. Nesta mesa estão sentados os teus inventos, falando todas as linguagens que tens aprendido e olhas para elas surpresa. A tua entrada, o teu nome dito pela porta é reconhecido. Olha meu amigo, dizes que eu sou o som da liberdade, pois nesta mesa eu sou a narradora de mim mesma com os dados do meu futuro lançados sem qualquer hesitação. Se me perder, terei ainda a visão que vi na escuridão. Sim, todas as linguagens sei falar, mas não luto em guerras perdidas. A minha verdadeira força é o sino que oiço tocar na minha manhã, as estrelas adoçando o caminho, as palavras em movimento contínuo, os seres de sonho que seguem viagem, as casas crescendo das sementes.
E continua a segunda série de poemas que cantam o Amor enquanto ideal:
talvez seja o momento
de tornar inabitável o deserto
e respirar pelas tuas mil bocas
dizes-me que há esperança
no impulso de ti
se eu falo palavras
o teu olhar é infinito
diante de mim tudo se abre
eu vejo agora como a vida
transparece na tua cintilação:
a tua promessa abre-se
dentro de mim
P.s.: olha que eu não tenho nada contra o deserto real, leva-me a ver a imensidão da areia infinda... leva-me contigo numa viagem...
Um outro mundo na amadureza do ser que foge do som das luzes que o separam das suas qualidades, nessas perguntas que não sabe ser. No balcão velho não compra nada. Ó velha, o que vendes? Os sons dessa voz rachada leva-os para uma cova, eu só quero o carvão para fazer o cabelo de ouro, essa cara que agora é maldita, uma terra cultivada com as mãos da morte e sacos de sementes da vida. Cumprimento o homem da tasca, cruzámo-nos entre as nações vencidas, mas agora o fim do dia, o começo da noite é a nossa marca e impacientes determinamos o passo. Diz-me ó beleza, cercada por lobos, porque não vais a lugar nenhum? Porque a cozinha onde trabalhas-te antes, no dia claro, era manchada de óleos e agora és manchada de excesso de bâton. O jovem que exaspera quer saber sobre a vida, mas sobre a vida nada se sabe, recolhem-se histórias que no outro dia são mentira e a lenha da noite que ardia alta já se apagou entretanto afastada do mundo. Há escaravelhos deslizando na noite, há também uma tenda de circo abandonada, um pedinte que nada pede, a não ser o medo que já sentiu. Roubas-me a cabeça de mergulhadora? Porque não consigo deixar de sentir este ímpeto? Há gritos na noite, não sei o que dizem, são altos mas desfalecem e deixam o meu olhar vazio. Há igualmente tragédia na vida dos príncipes, elas estão cheias mazelas, como tu também estás. Perdido pelas ruas, movendo esses passos rápidas, como se a saída fosse no fim de uma rua. Cruzaste com quem talvez te pudesse indicar o percurso e nem te apercebes. Tudo o que sentes é desassossego e vês o luar mais do aquilo que é, como se ele te pudesse assassinar. Queria dizer-te apenas que o mundo é maior que essa lua que julgas negra, queria dizer-te qualquer coisa que me deixa-se aproximar-me. O meu olhar projecta-se agora na velha de rugas salientes à janela na noite tardia. Fez-me deslocar o olhar essa face cavada de uma tristeza absoluta. Rega as suas plantas vistosas, plantas altas de flores coloridas. Os restos da água salpicam a rua. Ela viu-me olhando-a e esboço-me um tímido sorriso nervoso. No entanto, agora queria dormir, estava estafada. Não sabia onde, não tinha casa, aquela casa das pessoas que têm casa. Encontrei uma porta qualquer, gostei do nº 66, Rua Jaime Leal, encostei-me à porta de madeira antiga e tentei em vão dormir. Tudo na noite era agitação. As luzes foscas da rua, o passeio e os seus puzzles, as formas estranhas das outras portas, as plantas demasiado diversas nos vasos dançantes, as gentes que já dormem ou não, as estrelas lúcidas, a tal lua do rapaz desassossegado, os lobos escondidos no fim das ruas, os gritos que continuo a ouvir na noite, talvez uma alucinação minha, as pingas de água caindo da varanda como uma chuva miudinha. Tudo são sons e ruídos que perturbam o meu sono. Até que adormeci, não sei bem quando. E sonhei, sonhei tanto que não sei o que foi real em tudo isto, nestas histórias da noite que se desfaz em fragmentos que se movimentam na vulnerabilidade dos sentidos. Mas assisti com tal lucidez a estas imagens que só podem ter sido reais. Quando acordei ainda era cedo e estava com muito frio, tive de caminhar, caminhar para me aquecer. Este corpo gasto da noite, gasto de tudo nesta vivência de cara maldita, com uma juba de ouro caindo sobre o deslumbramento da visão, caindo sobre o começo do dia.
talvez seja o momento
de tornar inabitável o deserto
e respirar pelas tuas mil bocas
dizes-me que há esperança
no impulso de ti
se eu falo palavras
o teu olhar é infinito
diante de mim tudo se abre
eu vejo agora como a vida
transparece na tua cintilação:
a tua promessa abre-se
dentro de mim
P.s.: olha que eu não tenho nada contra o deserto real, leva-me a ver a imensidão da areia infinda... leva-me contigo numa viagem...
Um outro mundo na amadureza do ser que foge do som das luzes que o separam das suas qualidades, nessas perguntas que não sabe ser. No balcão velho não compra nada. Ó velha, o que vendes? Os sons dessa voz rachada leva-os para uma cova, eu só quero o carvão para fazer o cabelo de ouro, essa cara que agora é maldita, uma terra cultivada com as mãos da morte e sacos de sementes da vida. Cumprimento o homem da tasca, cruzámo-nos entre as nações vencidas, mas agora o fim do dia, o começo da noite é a nossa marca e impacientes determinamos o passo. Diz-me ó beleza, cercada por lobos, porque não vais a lugar nenhum? Porque a cozinha onde trabalhas-te antes, no dia claro, era manchada de óleos e agora és manchada de excesso de bâton. O jovem que exaspera quer saber sobre a vida, mas sobre a vida nada se sabe, recolhem-se histórias que no outro dia são mentira e a lenha da noite que ardia alta já se apagou entretanto afastada do mundo. Há escaravelhos deslizando na noite, há também uma tenda de circo abandonada, um pedinte que nada pede, a não ser o medo que já sentiu. Roubas-me a cabeça de mergulhadora? Porque não consigo deixar de sentir este ímpeto? Há gritos na noite, não sei o que dizem, são altos mas desfalecem e deixam o meu olhar vazio. Há igualmente tragédia na vida dos príncipes, elas estão cheias mazelas, como tu também estás. Perdido pelas ruas, movendo esses passos rápidas, como se a saída fosse no fim de uma rua. Cruzaste com quem talvez te pudesse indicar o percurso e nem te apercebes. Tudo o que sentes é desassossego e vês o luar mais do aquilo que é, como se ele te pudesse assassinar. Queria dizer-te apenas que o mundo é maior que essa lua que julgas negra, queria dizer-te qualquer coisa que me deixa-se aproximar-me. O meu olhar projecta-se agora na velha de rugas salientes à janela na noite tardia. Fez-me deslocar o olhar essa face cavada de uma tristeza absoluta. Rega as suas plantas vistosas, plantas altas de flores coloridas. Os restos da água salpicam a rua. Ela viu-me olhando-a e esboço-me um tímido sorriso nervoso. No entanto, agora queria dormir, estava estafada. Não sabia onde, não tinha casa, aquela casa das pessoas que têm casa. Encontrei uma porta qualquer, gostei do nº 66, Rua Jaime Leal, encostei-me à porta de madeira antiga e tentei em vão dormir. Tudo na noite era agitação. As luzes foscas da rua, o passeio e os seus puzzles, as formas estranhas das outras portas, as plantas demasiado diversas nos vasos dançantes, as gentes que já dormem ou não, as estrelas lúcidas, a tal lua do rapaz desassossegado, os lobos escondidos no fim das ruas, os gritos que continuo a ouvir na noite, talvez uma alucinação minha, as pingas de água caindo da varanda como uma chuva miudinha. Tudo são sons e ruídos que perturbam o meu sono. Até que adormeci, não sei bem quando. E sonhei, sonhei tanto que não sei o que foi real em tudo isto, nestas histórias da noite que se desfaz em fragmentos que se movimentam na vulnerabilidade dos sentidos. Mas assisti com tal lucidez a estas imagens que só podem ter sido reais. Quando acordei ainda era cedo e estava com muito frio, tive de caminhar, caminhar para me aquecer. Este corpo gasto da noite, gasto de tudo nesta vivência de cara maldita, com uma juba de ouro caindo sobre o deslumbramento da visão, caindo sobre o começo do dia.
Enquadrado na secção, obviamente, "Dreams never die"
Música do mês:
(Música do álbum novo) The Cure: "The Only One"
Oh I love, Oh I love, Oh I love
What you do to my head
When you pull me upstairs
And you push me to bed
I love what you do to my head
It’s a mess up there!
Oh I love, oh I love, oh I love
What you do to my heart
When you push me back down
And it pulls me apart
I love what you do to my heart
It’s the best, oh yeah!
Oh I love, oh I love, oh I love
What you do to my lips
When you suck me inside
And you blow me a kiss
I love what you do to my lips
It’s so sweet in there
Oh I love, love, love, love
What you do to my hips
When you blow me outside
And then suck me like this
I love what you do to my hips
It’s the beat oh yeah!
You’re the only one I’d cry for
The only one I’d try to please
You’re the only one I’d sigh for
The only one I’d die to squeeze
And it gets better everyday, I play
With you it’s such a scream
Yeah it gets better everyday,
I say and with you it’s so extreme
Yeah it gets wetter everyday,
I say With you it’s like a dream
Oh I love, Oh I love, Oh
I love What you do to my skin
Please slip me on
And slide me in I
love what you do to my skin
It’s a ?? oh yeah
Oh I love, love, love, love
What you do to my bones
When you slide me up
And slip me home
I love what you do to my bones
It’s the crush oh yeah
You’re the only one I’d cry for
The only one I’d try to please
You’re the only one I’d sigh for
The only one I’d die to squeeze
And it gets hazier anyway, I sway
With you it’s such a scream
Yeah it gets mazier every play,
I say With you it’s so extreme
Yeah it gets crazier everyday,
I say With you it’s like a dream
Oh I love, Oh I love, I love
What you do to me
Então Jaime, gostas? ; )
Música do mês:
(Música do álbum novo) The Cure: "The Only One"
Oh I love, Oh I love, Oh I love
What you do to my head
When you pull me upstairs
And you push me to bed
I love what you do to my head
It’s a mess up there!
Oh I love, oh I love, oh I love
What you do to my heart
When you push me back down
And it pulls me apart
I love what you do to my heart
It’s the best, oh yeah!
Oh I love, oh I love, oh I love
What you do to my lips
When you suck me inside
And you blow me a kiss
I love what you do to my lips
It’s so sweet in there
Oh I love, love, love, love
What you do to my hips
When you blow me outside
And then suck me like this
I love what you do to my hips
It’s the beat oh yeah!
You’re the only one I’d cry for
The only one I’d try to please
You’re the only one I’d sigh for
The only one I’d die to squeeze
And it gets better everyday, I play
With you it’s such a scream
Yeah it gets better everyday,
I say and with you it’s so extreme
Yeah it gets wetter everyday,
I say With you it’s like a dream
Oh I love, Oh I love, Oh
I love What you do to my skin
Please slip me on
And slide me in I
love what you do to my skin
It’s a ?? oh yeah
Oh I love, love, love, love
What you do to my bones
When you slide me up
And slip me home
I love what you do to my bones
It’s the crush oh yeah
You’re the only one I’d cry for
The only one I’d try to please
You’re the only one I’d sigh for
The only one I’d die to squeeze
And it gets hazier anyway, I sway
With you it’s such a scream
Yeah it gets mazier every play,
I say With you it’s so extreme
Yeah it gets crazier everyday,
I say With you it’s like a dream
Oh I love, Oh I love, I love
What you do to me
Então Jaime, gostas? ; )
"Dreams never die"
"This one goes out to the one I love
This one goes out to the one
I've left behind
A simple prop to occupy my time
This one goes out to the one I love Fire!"
(R.E.M)
Atravessar a ponte sobre o Tejo aos 13 anos vinda da Meia Praia a ouvir esta música... claro que enche a cabeça de sonhos e de fogo de uma miúda...
"And although my eyes were open. They might just as well been closed"
Talvez eu conseguisse segredar essa secreta ânsia que me acolhe no peito sangrando mais do que nunca, esse peito que nunca arrefeceu, segredá-la numa carta infinda onde diria esse mundo enorme que me aconteceu. Tutti li miei pensier parlan d’Amore, sabes Alex?. A noite solta pombas loucas e eu apenas oiço os seus músculos coroados de cores turvas que sei explicar-te Alex, quando a Primavera está cheia de rosas aos meus pés e eu não tenho sentidos, mas asas. Não temos endereço, mas desejos que queimam, mais do que a pele arrebatada, mais do que o nosso mundo desmesurado, atravessando-nos por fora e por dentro com a força dessa polpa que já se abre numa abertura sem precedentes.
Sara
"This one goes out to the one I love
This one goes out to the one
I've left behind
A simple prop to occupy my time
This one goes out to the one I love Fire!"
(R.E.M)
Atravessar a ponte sobre o Tejo aos 13 anos vinda da Meia Praia a ouvir esta música... claro que enche a cabeça de sonhos e de fogo de uma miúda...
"And although my eyes were open. They might just as well been closed"
Talvez eu conseguisse segredar essa secreta ânsia que me acolhe no peito sangrando mais do que nunca, esse peito que nunca arrefeceu, segredá-la numa carta infinda onde diria esse mundo enorme que me aconteceu. Tutti li miei pensier parlan d’Amore, sabes Alex?. A noite solta pombas loucas e eu apenas oiço os seus músculos coroados de cores turvas que sei explicar-te Alex, quando a Primavera está cheia de rosas aos meus pés e eu não tenho sentidos, mas asas. Não temos endereço, mas desejos que queimam, mais do que a pele arrebatada, mais do que o nosso mundo desmesurado, atravessando-nos por fora e por dentro com a força dessa polpa que já se abre numa abertura sem precedentes.
Sara
Desci o elevador ou subi. Era Primavera. Eras tu. Duas cintilações. Tocar-te é apenas estender a mão. Essa viagem de pássaros tem um rumo estranho à morada da liberdade. Ouve o cristal que se parte. Ouve as janelas crepitando a nossa abertura. Se qualquer coisa entra. Qualquer coisa sai. O elevador desce ou sobe. O que dizes em voz alta? Na Primavera os frutos enchem-se de árvores e saberemos colhe-los. O que deixas entrar pela janela? Não te deixo sair, pelo menos sem mim...
P.s.: ouvi dizer que hoje em dia já se cobram as saídas e as entradas pelas janelas... O mundo é uma trama, tramado, 'bora destrambelhá-lo?!
Conversa no autocarro: "Não precisas de alguém que te empurre, precisas de alguém que te puxe."
(Eu pensei: Na mouche!)
Sara, pelo caminho disse-lhe que tinha de seguir o caminho que já conhecia, mas os meus pés pregaram-se ao chão e eu balançava Jack para o interior do sonho. Sim, Jaime foste tu que me disseste que o sonho pode falar mais alto com o rosto encostado à realidade…
P.s.: ouvi dizer que hoje em dia já se cobram as saídas e as entradas pelas janelas... O mundo é uma trama, tramado, 'bora destrambelhá-lo?!
Conversa no autocarro: "Não precisas de alguém que te empurre, precisas de alguém que te puxe."
(Eu pensei: Na mouche!)
Sara, pelo caminho disse-lhe que tinha de seguir o caminho que já conhecia, mas os meus pés pregaram-se ao chão e eu balançava Jack para o interior do sonho. Sim, Jaime foste tu que me disseste que o sonho pode falar mais alto com o rosto encostado à realidade…
debaixo da terra,
quero viver dentro de ti
se fecho os olhos
e o meu olhar tem-te
então basta ensinares-me
a tua espuma
aquela que bate
com precisão
como a chuva sobre a erva
beijar os teus lábios
arde-me a força das mãos
se eu abrisse os meus olhos
via o meu choro
nas tuas palavras
falando de uma eternidade
de que te falei
P.s.: se na tua linguagem cober a minha eternidade então serei a tua...
"You gotta learn how to disappear in the silk"
(American Music Club)
Está tudo dito...
As tuas mãos não são livres, acorda, acorda neste tempo real, ouve o pior de ti que te diz essa tempestade, essa caçada, a rotação imparável. Acorda mulher morta, não és livre, não és quem és. É uma esquina, uma rua, uma terra, um país, nessa desordem, mas faz esse caminho andando livre em ti. Diz a tua história, aquela sobre a eternidade, aquela sobre a fonte desumana, aquela que será quando deixares de ser essa mulher morta. Não és livre, nesse mundo que comanda tropas e elas vão, elas também vão contra ti. Acorda o mundo inteiro e confunde o seu ritmo, possuí a tua casa, no meio do trânsito, na calma de uma floresta. Acorda, acorda agora porque na esquina já escreveste sobre ti.
quero viver dentro de ti
se fecho os olhos
e o meu olhar tem-te
então basta ensinares-me
a tua espuma
aquela que bate
com precisão
como a chuva sobre a erva
beijar os teus lábios
arde-me a força das mãos
se eu abrisse os meus olhos
via o meu choro
nas tuas palavras
falando de uma eternidade
de que te falei
P.s.: se na tua linguagem cober a minha eternidade então serei a tua...
"You gotta learn how to disappear in the silk"
(American Music Club)
Está tudo dito...
As tuas mãos não são livres, acorda, acorda neste tempo real, ouve o pior de ti que te diz essa tempestade, essa caçada, a rotação imparável. Acorda mulher morta, não és livre, não és quem és. É uma esquina, uma rua, uma terra, um país, nessa desordem, mas faz esse caminho andando livre em ti. Diz a tua história, aquela sobre a eternidade, aquela sobre a fonte desumana, aquela que será quando deixares de ser essa mulher morta. Não és livre, nesse mundo que comanda tropas e elas vão, elas também vão contra ti. Acorda o mundo inteiro e confunde o seu ritmo, possuí a tua casa, no meio do trânsito, na calma de uma floresta. Acorda, acorda agora porque na esquina já escreveste sobre ti.
Poema 1:
diz-me a verdade acerca do amor
diz-me finalmente que ele não existe
morre no final do sonho
não entra no rio das mãos
dorme um sono encoberto
nunca acorda, nunca regressou
dos naufrágios ancestrais
nos limites a terra
desfaz-se nos pés
nos limites o dia é duplo
e encadeia-nos de pérolas
mas no limite o amor
na verdade ele não existe
Poema 2 (actual):
diz-me a verdade acerca do amor
diz-me finalmente que ele existe
cresce de um sonho
como se as tuas mãos fossem um rio
acordaste-me de um sono encoberto
agarrando os meus ramos
as tuas carícias são o início do verão
regresso apenas para sentir
essas mãos que esperei toda a vida
o limite, o limite
na verdade é o amor
P.s.: e se me dissesses a verdade apenas? Eh, eh, eh!
Atirei uma moeda ao ar, parou um comboio e eu atirei-me a ele. Fiz os tambores tocarem por toda a cidade, os ponteiros rebentaram de velocidade. Roubei um archote e a multidão dispersou, ficámos sós nos aplausos dos milhões de minutos. Já não sinto dor neste instante de pólvora dando à costa. Há silêncio junto às ervas, estou perto do canto de mim mesma.
diz-me a verdade acerca do amor
diz-me finalmente que ele não existe
morre no final do sonho
não entra no rio das mãos
dorme um sono encoberto
nunca acorda, nunca regressou
dos naufrágios ancestrais
nos limites a terra
desfaz-se nos pés
nos limites o dia é duplo
e encadeia-nos de pérolas
mas no limite o amor
na verdade ele não existe
Poema 2 (actual):
diz-me a verdade acerca do amor
diz-me finalmente que ele existe
cresce de um sonho
como se as tuas mãos fossem um rio
acordaste-me de um sono encoberto
agarrando os meus ramos
as tuas carícias são o início do verão
regresso apenas para sentir
essas mãos que esperei toda a vida
o limite, o limite
na verdade é o amor
P.s.: e se me dissesses a verdade apenas? Eh, eh, eh!
Atirei uma moeda ao ar, parou um comboio e eu atirei-me a ele. Fiz os tambores tocarem por toda a cidade, os ponteiros rebentaram de velocidade. Roubei um archote e a multidão dispersou, ficámos sós nos aplausos dos milhões de minutos. Já não sinto dor neste instante de pólvora dando à costa. Há silêncio junto às ervas, estou perto do canto de mim mesma.
uma chávena de chá
partilhada com uma mergulhadora
digo-te que a vida
está cheia de tardes
e que tu és a criança que pensa
eu rio-me sempre
e atiro moedas ao ar
deixa-me despertar-te
uma visão rompante
porque já me deste a Beleza
P.s.: uma mergulhadora profissional...há muitos anos...com diploma, certificados vários, blá, blá. Quando mergulhar em ti, vais precisar de várias botijas de ar. Pensando bem, é melhor mandar vir a fábrica inteira!
"I lay all my songs at Johnny Mathis' feet
I said, 'Johnny tell me Can you tell me how to live?
All my hopes are unraveling and
I just lost my lease
On my house without love, doors, or windows
Without peace."
(American Musican Club)
Tudo podia ser Alexandre essa magia que é um beijo por cada pedido, um rasto desse sabor que deixamos no campo que tremeluz quando uma teia de aranha se espalha sobre nós e as suas folhas longas nos recolhem. Alexandre, no meio de sussuros oiço-te mais alto e quero seguir quem dizes que és às escondidas. Ires aparecendo lentamente como a sombra da folhagem no meu rosto, caindo como de uma goteira, arrastando o som dos rios, subindo a partir dos meus pés.
Sara
partilhada com uma mergulhadora
digo-te que a vida
está cheia de tardes
e que tu és a criança que pensa
eu rio-me sempre
e atiro moedas ao ar
deixa-me despertar-te
uma visão rompante
porque já me deste a Beleza
P.s.: uma mergulhadora profissional...há muitos anos...com diploma, certificados vários, blá, blá. Quando mergulhar em ti, vais precisar de várias botijas de ar. Pensando bem, é melhor mandar vir a fábrica inteira!
"I lay all my songs at Johnny Mathis' feet
I said, 'Johnny tell me Can you tell me how to live?
All my hopes are unraveling and
I just lost my lease
On my house without love, doors, or windows
Without peace."
(American Musican Club)
Tudo podia ser Alexandre essa magia que é um beijo por cada pedido, um rasto desse sabor que deixamos no campo que tremeluz quando uma teia de aranha se espalha sobre nós e as suas folhas longas nos recolhem. Alexandre, no meio de sussuros oiço-te mais alto e quero seguir quem dizes que és às escondidas. Ires aparecendo lentamente como a sombra da folhagem no meu rosto, caindo como de uma goteira, arrastando o som dos rios, subindo a partir dos meus pés.
Sara
"To the centre of the city where all roads meet, waiting for you,
To the depths of the ocean where all hopes sank, searching for you,
I was moving through the silence without motion, waiting for you,
In a room with a window in the corner
I found truth."
(Joy Division)
"Dreams never die"
Sabes, tive uma ideia!
Um eléctrico chamado rapaz, que é tão irressístivel.
Vamos os dois renovar a frota.
Não vamos nunca ficar encravados.
A CASA MEXE
Só se ouve MÚSICA, sim música e mais música!
Quem assina são as FLORES
quando as tuas mãos
me tocam
sinto as pegadas do dourado
escrevendo a minha luz
quero demorar
os meus olhos
na tua face de céu
quero o teu voo
porque esse dourado
que te preenche
alimenta o meu fogo
é a profundidade
do que alguém chamou Amor
P.s.: não foi um alguém qualquer, foi o tipo do café que me vende tabaco todos os dias. Ele sabe destas coisas, destas coisas da vida... O tabaco está caro como o caraças! Tenho de lhe perguntar qual é o preço do Amor...
To the depths of the ocean where all hopes sank, searching for you,
I was moving through the silence without motion, waiting for you,
In a room with a window in the corner
I found truth."
(Joy Division)
"Dreams never die"
Sabes, tive uma ideia!
Um eléctrico chamado rapaz, que é tão irressístivel.
Vamos os dois renovar a frota.
Não vamos nunca ficar encravados.
A CASA MEXE
Só se ouve MÚSICA, sim música e mais música!
Quem assina são as FLORES
quando as tuas mãos
me tocam
sinto as pegadas do dourado
escrevendo a minha luz
quero demorar
os meus olhos
na tua face de céu
quero o teu voo
porque esse dourado
que te preenche
alimenta o meu fogo
é a profundidade
do que alguém chamou Amor
P.s.: não foi um alguém qualquer, foi o tipo do café que me vende tabaco todos os dias. Ele sabe destas coisas, destas coisas da vida... O tabaco está caro como o caraças! Tenho de lhe perguntar qual é o preço do Amor...
as flores que me trouxeste
continuam a crescer
nas minhas ruas
parecem países infinitos
oiço as cores das tuas pétalas
definido as formas
do meu corpo
até o coração
se abrir por completo
P.s.: Ah, o ideal do Amor, é um sonho tão alto que permanecer nele é a maior das Loucuras...
Era uma maresia que chegava já corrompida por tudo o que tinha sido, uma sereia que sabia que o mar era uma invenção. As sereias não salvam, nem sequer cantam canções, encontram quem se perde, gente dormindo e que já não acorda. Sem saber a menina acenou a uma delas porque viu qualquer coisa misteriosa mexendo-se nas ondas de vozes encrespadas, essas ondas que alguns olham e dizem nada ser. Uma estrada para um dia em que um barco, dois barcos ergueram os remos, as suas mãos largas e seguiram sem rumo, porque se alguém julga que há um rumo perdeu o tino, nunca irá encontrar o seu tesouro, o seu fim. O que encontra é sempre uma substituição, são apenas nomes de coisas, filosofias e teorias pesadas, uma corrente que nunca deixa ser a liberdade, memórias que nunca foram, feridas sem sentido nenhum. Mas menina encantada, vê como a sereia te acena de volta, ela acorda-te o interior das pálpebras e mar é a tua criação ilimitada.
se os meus pássaros
te dedicam palavras
o teu olhar desliza
uma palpitação musicada
que tece a corrente
de um rio dentro de mim
eu perco-me nas formas
dessa música
pois sonhei a ternura
e ela falou-me em ti
talvez caiba dentro de ti toda
nesse gesto de eternidade
quando encontro o teu olhar
percorrendo os meus corredores
em gestos infindos teus
P.s.: os meus corredores têm várias cores, mas às quartas são "aquele dia"... Aconselho, portanto. Levar material de campismo selvagem e anti-terrorismo soft ; )
continuam a crescer
nas minhas ruas
parecem países infinitos
oiço as cores das tuas pétalas
definido as formas
do meu corpo
até o coração
se abrir por completo
P.s.: Ah, o ideal do Amor, é um sonho tão alto que permanecer nele é a maior das Loucuras...
Era uma maresia que chegava já corrompida por tudo o que tinha sido, uma sereia que sabia que o mar era uma invenção. As sereias não salvam, nem sequer cantam canções, encontram quem se perde, gente dormindo e que já não acorda. Sem saber a menina acenou a uma delas porque viu qualquer coisa misteriosa mexendo-se nas ondas de vozes encrespadas, essas ondas que alguns olham e dizem nada ser. Uma estrada para um dia em que um barco, dois barcos ergueram os remos, as suas mãos largas e seguiram sem rumo, porque se alguém julga que há um rumo perdeu o tino, nunca irá encontrar o seu tesouro, o seu fim. O que encontra é sempre uma substituição, são apenas nomes de coisas, filosofias e teorias pesadas, uma corrente que nunca deixa ser a liberdade, memórias que nunca foram, feridas sem sentido nenhum. Mas menina encantada, vê como a sereia te acena de volta, ela acorda-te o interior das pálpebras e mar é a tua criação ilimitada.
se os meus pássaros
te dedicam palavras
o teu olhar desliza
uma palpitação musicada
que tece a corrente
de um rio dentro de mim
eu perco-me nas formas
dessa música
pois sonhei a ternura
e ela falou-me em ti
talvez caiba dentro de ti toda
nesse gesto de eternidade
quando encontro o teu olhar
percorrendo os meus corredores
em gestos infindos teus
P.s.: os meus corredores têm várias cores, mas às quartas são "aquele dia"... Aconselho, portanto. Levar material de campismo selvagem e anti-terrorismo soft ; )
Começa agora a segunda série de poemas que cantam o Amor enquanto ideal:
se há assim tanta poesia
o mundo inteiro
é o princípio de um comboio
que nos transporta
para os campos do futuro
onde a luz te solta o olhar
por onde andaste?
porque esta canção
tem estado nos meus braços
e há um sonho
que as tuas pétalas abrem
P.s.: eu acho que este poema ficava mais pós-moderno com um: por onde andaste bacano, pá?
Sara, que cortes são esses nas mãos? São o mundo das pessoas surdas que tem a arte assassina nas suas palavras e gestos. Sara, tu sabes que és azul, sabes que o teu azul brilha, e sabes que não brilha sozinho. Sara, caminha pela escrita inacabada, as pessoas surdas não sabem nada da poesia, elas apenas escutam as suas palavras, tu ouves o mundo inteiro.
Because sometimes, you just have to let yourself fall...
Because sometimes you fall...
Because sometimes you fall, you rise...
Because sometimes you fall, you have to rise...
Because sometimes you fall, you must rise...
Because sometimes you had enough...
Because sometimes you Must BE!
se há assim tanta poesia
o mundo inteiro
é o princípio de um comboio
que nos transporta
para os campos do futuro
onde a luz te solta o olhar
por onde andaste?
porque esta canção
tem estado nos meus braços
e há um sonho
que as tuas pétalas abrem
P.s.: eu acho que este poema ficava mais pós-moderno com um: por onde andaste bacano, pá?
Sara, que cortes são esses nas mãos? São o mundo das pessoas surdas que tem a arte assassina nas suas palavras e gestos. Sara, tu sabes que és azul, sabes que o teu azul brilha, e sabes que não brilha sozinho. Sara, caminha pela escrita inacabada, as pessoas surdas não sabem nada da poesia, elas apenas escutam as suas palavras, tu ouves o mundo inteiro.
Because sometimes, you just have to let yourself fall...
Because sometimes you fall...
Because sometimes you fall, you rise...
Because sometimes you fall, you have to rise...
Because sometimes you fall, you must rise...
Because sometimes you had enough...
Because sometimes you Must BE!
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