terça-feira, 9 de novembro de 2010


O meu toque chama por ti

Deseja a tua pele

Confundes-me com a tua voz

Rodopiando nos meus pedidos

Foi demasiado tempo sem ti

Mas não desaprendi o teu nome

Ele soava chama dentro de mim

E quase me mataste

Apenas quero o teu sabor

Mais e mais

E os teus abraços em ninho

Sara



(Childe Hassam, "The room of flowers")
Sobrevivo da música. Agora estou a ouvir uma música da minha pré-adolescência: “Careless Whisper” do George Michael. É fácil dançaricar ao ritmo deste slow. Se não tivesse o braço neste estado miserável convidava alguém para o dançar comigo. Até já sei quem. E que fantásticos seríamos, o som entrando-nos nas vértebras e de nós saindo estrelas em chamas. O arrastar dos pés, a lentidão dos movimentos, tudo convergindo para a sensualidade da dança. Danças comigo só com um braço?
Estou toda lixada do braço esquerdo. Tudo isto por ter ido dançar. Não consigo levantar o braço, tenho bastantes dores quando o faço. Para me vestir e despir e tomar banho é um suplício. Novidades? Nenhumas. Tirando o facto de me estar a apetecer dar um tiro nos cornos. Mas acho que isto já não é nenhuma novidade. Uma caçadeira de canos serrados era o ideal. Não falhava. E os canos são sexys. “Miúda perdida na vida estoira a cabeça com canos serrados sexys disparando sensualmente”. Ando a escrever poesia, aí está uma coisa positiva no meio desta depressão toda. Posso deixar uma bela poesia como nota de suicídio. Era romântico.