domingo, 12 de setembro de 2010
Hoje à tarde fui ao Museu da Electricidade ver uma exposição chamada “Povo”, uma exposição que quis atribuir sentido à panóplia de significados que a palavra tem. Era uma exposição riquíssima em termos de pintura e instalações, fiquei maravilhada. Já deves ter percebido que adoro pintura. Gostava que lá estivesses a ver os quadros comigo, podíamos debater ideias, eu ficava a conhecer os teus gostos e tu os meus. Depois fui a um evento no Jardim das Necessidades chamado “OutJazz”, com jazz ao vivo. Quando lá cheguei o jazz já tinha miseravelmente acabado mas deu para socializar ao som de música chillout (diga-se de passagem que não é definitivamente a minha cena). Um longo relvado, uma réstia de sol, beijos perdidos no horizonte ao som do riso das crianças. Onde estavas? Porque te senti ali…
Vou dormir. Espero que estejas a gostar da minha escolha de pinturas. Também custa a escolher sabes? Há bocado estava a falar sobre sexo…e agora apetecia-me. Mas só contigo. Vou-te confessar uma coisa, o orgasmo que tive contigo foi o melhor da minha vida. Mas a verdade é que eu estava num estado alterado de consciência. Mas não interessa, o que interessa é que foi magnífico, inesquecível! Depois precisamos de ter uma conversa séria e calma sobre a temática sexo, porque há aqui uns problemas do meu lado. Mas isso tem de ser frente a frente. Essa é uma boa posição, frente a frente (risos). Com a pica com que estou agora dava-te uma grande queca, ias ver! Estava aqui a dar uma vista de olhos a uns contos porno que tentei escrever. Não prestam para grande coisa mas ainda me dão um bocado de tesão se pensar em ti. Lá vou eu para a cama sem ti. Que se lixe, são só mais três anos de cama fria. Ao menos mandas-me um beijinho? Boa noite. Beijo dançarino.
Por esta altura já deves ter percebido que eu gosto realmente de ti. Não se trata de uma paixãozeca de uma noite. Fiquei completamente apanhada por ti. O que é isto, pergunto? Já passaram dois anos: só penso em ti, só falo em ti, faço planos para nós dois, faço amor contigo. Dizem-me que é amor. O que penso disso? Fico confusa. Como é que se pode amar uma pessoa com a qual se esteve uma só noite e da qual quase nada se sabe? Mas por outro lado andas na minha cabeça há dois anos. E passados dois meses de estar contigo fiz estas duas perguntas numa almaterapia: “quem é aquele rapaz e qual é que é a importância dele na minha vida?”. Melhor deixar a poesia falar, ela sabe melhor do que eu…Mas o que é que tu queres de mim? É o meu amor? Acho que isso se pode arranjar (risos). Mas a sério, não consigo definir este sentir. Já percebeste que é muito forte, se fosse água rebentava com as margens do rio. Provoca um bem-estar emocional e ao mesmo tempo um certo sofrimento. Na verdade é um rodopio de emoções. Faz-me aflição não saber nada de ti, viver na incógnita…Quem serás, como estarás? Se te amo? Fico realmente confusa com essa pergunta. Gostavas que eu te amasse?
Já viste que tu não fazes ideia de que nos vamos encontrar novamente? Talvez o desejes…É que eu não faço a mínima ideia se estás com outra pessoa ou não. Se estiveres não faz sentido desejares estares com outra que nunca mais viste, ainda por cima havendo tão poucas possibilidades de a encontrares (pensas tu). Pensando que estás com outra pessoa tenho ciúmes, naturalmente. Que sorte a dela…Poder tocar-te todos os dias, sentir o teu olhar meigo sobre ela, as tuas palavras sossegadas como um vento no rosto. Quero-te, foda-se! Para agora! Eu costumo dizer isto muitas vezes: eu quero esse gajo, para agora. Mas entendes? Entendes mesmo? Entendes que às vezes sufoco neste meu querer? Vou escrever-te um poema para acalmar este meu calor:
Escrevo para ti
As minhas manhãs
Inclino o meu rosto ao vento
E chamo pelo teu nome
Há um rio que vem pelas minhas cidades
Que quer entrar pelo canto da tua navegação
Há silêncio entre os meus dedos
Falta a brisa das tuas mãos
Agora é de noite
Mas há-de regressar o teu coração
Acabadinho de escrever. Sinto-me melhor. Mentira, sinto-me pior, com mais saudades tuas. E vejam bem que rima um bocadinho…não foi de propósito. O que interessa é que tu rimes comigo. Esta agora até foi bonita, não? Depois discutíamos e dizíamos que não estávamos a rimar. (risos)
Escrevo para ti
As minhas manhãs
Inclino o meu rosto ao vento
E chamo pelo teu nome
Há um rio que vem pelas minhas cidades
Que quer entrar pelo canto da tua navegação
Há silêncio entre os meus dedos
Falta a brisa das tuas mãos
Agora é de noite
Mas há-de regressar o teu coração
Acabadinho de escrever. Sinto-me melhor. Mentira, sinto-me pior, com mais saudades tuas. E vejam bem que rima um bocadinho…não foi de propósito. O que interessa é que tu rimes comigo. Esta agora até foi bonita, não? Depois discutíamos e dizíamos que não estávamos a rimar. (risos)
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