A história do bigode e
da barba
Fotografo
o teu bigode e a tua barba, são aqueles pelos cheios de manhas que dizes que me
pertencem, pergunto-te: “para que os quero?” “Para te mascarares e seres uma personagem
rufia ou poderosa politicamente” Fotografo-os de todas as perspectivas: sangue
real, serralheiro de ferro e lavadeira. Ao rei peço a coroa para coroar a vida,
ao serralheiro peço algo para a minha teimosa anemia e à lavadeira peço-lhe que
ponha a roupa a voar para o mundo todo dançar. Como te ficam a matar esses dois bocados
de pelo na cara que ainda não parou de sorri, animam o moreno da tua pele que
na praia esquece-se do protector solar. Estou farta de me zangar contigo por não
teres esse cuidado, a pele até envelhece mais depressa, dizes: “quanto mais
velho parecer melhor pois mais sabedoria pensam as pessoas que eu possuo. Sei o
nome do teu barbeiro, sr. Adalberto, mas não sei onde fica, quando lá vais sais
muito cedo de casa o que me leva a pensar que o teu barbeiro é no Além-mar. Dizes
que tem muitos clientes, deve ser extraordinário, pelo que observo o teu bigode
e a tua barba vêm de lá muito bem acertados, pena que o sr. Adalberto não te
acerte também a cabeça. Vá ri-te. ah, ah, ah.
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