O
meu porto é o mesmo do que o teu, partimos sempre juntos e regressamos sempre
um ao outro. Nutrimos um estranho sentimento, um estranho sentimento que tem um
nome simples: Amor Verdadeiro, um sentimento que vem connosco em todas as
nossas viagens, ele é tudo para Nós. Partimos juntos num só barco porque somos
dois barquinhos Amando-se, somos dois barquinhos nadando no interior um do
outro. Nasceste para me navegares e eu nasci para percorrer as tuas águas, por
isso estamos um com o outro. Sei que não gostas de remar por isso pego nos
remos e passeio pelas águas despertas, sentindo apenas o som da tua canção no
meu interior. Trouxe-te o lanche: dois pães-de-leite e um leite com chocolate
da Mimosa. Como és gulosa, antes de meio da viagem, já o estás a comer sofregamente,
rio-me apenas, não vale a pena dizer-te para teres calma. No entanto,
perguntas-me se quero um bocado. Claro que quero, quero um dos pães-de-leite,
mas fico-me por uma dentada, sei que gostas mais de pães-de-leite do que eu. O lago
tem uma estranha cor, faz lembrar ciano, talvez seja uma cor prima dele. De
repente, olhas para mim e os teus olhos brilham muito, pergunto-te o que se
passa: dizes-me que te levo ao Paraíso. Pergunto-te: “como assim?” Dizes que
sou feito de pedras semipreciosas muito valiosas, encantas-me dizendo que nunca
conheceste ninguém tão valioso como eu. Tenho uma surpresa para ti, mostro-te
uma torta de laranja e os teus olhos brilham ainda mais. Dividimos a torta
embalados por uma brisa suave luminosa, e sempre abraçados ao ciano. Quando regressamos
ao porto pedes-me para andar de carrossel. Sabia que ias pedir-mo e vim
preparado, ponho-te às cavalitas e danço contigo o resto do dia.
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