As
doenças
Estava
com muitas dores de costas, ficaste muito preocupado e foste logo buscar uma
pomada especial para elas. Mas o pior não eram as costas, era a gripe que se
abeirou de mim. Fiquei febril e tu foste buscar um mega comprimido para a minha
febre. Disseste que tinha de beber muitos líquidos para não desidratar, depois
acrescentaste para me assustar: “podes morrer assim”, apenas querias que
bebe-se líquidos suficientes. Comecei a tossir muito, então, foste buscar um super
xarope e meteste na minha boca uma mistela verde com um sabor pastoso. Comecei a
espirrar, trouxeste-me um rolo de papel higiénico. Quis rir-me mas, no meio de
tanta tosse e de tantos espirros, era impossível. Quis fazer chichi, não
quiseste que me levantasse da cama e foste buscar um alguidar. Não disse nada,
fiz o meu chichi muito sossegadinha num canto da cama, nada saiu de dentro do
alguidar. Comecei a ter fome e trouxeste-me uma horta inteira para comer. Comi
meia dúzia de coisas e pus o resto debaixo da almofada para comer mais tarde. A
gripe lá se acalmou, já nem um pingo de febre tinha, então, deitaste-te na cama
a descansar. Quando acordaste, duas horas mais tarde, eu tinha uma artrose rara
e precisava de cuidados imediatos. Sobressaltado, folheaste o teu “Livro de
Socorros para Pacientes Difíceis” e enfiaste-me dois comprimidos “qualquer tipo
de artrose, por mais rara que seja” pela goela abaixo. Melhorei imediatamente e
disse-te: “por hoje já chega de doenças, amanhã brincamos mais.” Puseste a tua
cabeça na minha barriga e adormeceste novamente.
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