Era
verde e depois transformou-se em azul, era azul e depois transformou-se em verde.
Tinha árvores frondosas e águas bravias que se passeavam por debaixo de pontes
que nos ligavam. As pontes eram em forma de aliança, estávamos ligados para
sempre. O verde só gostava de estar com o azul e o azul com o verde. Nós apenas
gostamos de estar um com o outro. Quando digo gostar digo gostar muito, o maior
gostar que já existiu. Ofereceste-me o verde, era demasiado verde, mas eu tinha,
no meio de todo o meu azul, um lugar para ele. Sorri-te azul e tu desejaste
mais, então, fabriquei mais azul para te dar. Nós passeávamos por cima das
pontes, elas eram nossas, gostávamos de lhes dar nomes, de cada vez que íamos
até às pontes dávamos-lhes nomes diferentes. Um dia quiseste chamar-lhes azul,
mas eu queria chamar-lhes verde, houve uma discussão. No final, surgiu o ciano,
ficámos os dois contentes. Estávamos sempre contentes, exceto quando te
desviavas da verdade, zangava-me mas rapidamente estava a dizer-te palavras bonitas:
umas começavam por azul, outras por verde.
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