domingo, 8 de junho de 2008

Poema 1:

diz-me a verdade acerca do amor
diz-me finalmente que ele não existe
morre no final do sonho
não entra no rio das mãos
dorme um sono encoberto
nunca acorda, nunca regressou
dos naufrágios ancestrais
nos limites a terra
desfaz-se nos pés
nos limites o dia é duplo
e encadeia-nos de pérolas
mas no limite o amor
na verdade ele não existe

Poema 2 (actual):

diz-me a verdade acerca do amor
diz-me finalmente que ele existe
cresce de um sonho
como se as tuas mãos fossem um rio
acordaste-me de um sono encoberto
agarrando os meus ramos
as tuas carícias são o início do verão
regresso apenas para sentir
essas mãos que esperei toda a vida
o limite, o limite
na verdade é o amor

P.s.: e se me dissesses a verdade apenas? Eh, eh, eh!


Atirei uma moeda ao ar, parou um comboio e eu atirei-me a ele. Fiz os tambores tocarem por toda a cidade, os ponteiros rebentaram de velocidade. Roubei um archote e a multidão dispersou, ficámos sós nos aplausos dos milhões de minutos. Já não sinto dor neste instante de pólvora dando à costa. Há silêncio junto às ervas, estou perto do canto de mim mesma.

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