domingo, 8 de junho de 2008

as flores que me trouxeste
continuam a crescer
nas minhas ruas
parecem países infinitos
oiço as cores das tuas pétalas
definido as formas
do meu corpo
até o coração
se abrir por completo

P.s.: Ah, o ideal do Amor, é um sonho tão alto que permanecer nele é a maior das Loucuras...


Era uma maresia que chegava já corrompida por tudo o que tinha sido, uma sereia que sabia que o mar era uma invenção. As sereias não salvam, nem sequer cantam canções, encontram quem se perde, gente dormindo e que já não acorda. Sem saber a menina acenou a uma delas porque viu qualquer coisa misteriosa mexendo-se nas ondas de vozes encrespadas, essas ondas que alguns olham e dizem nada ser. Uma estrada para um dia em que um barco, dois barcos ergueram os remos, as suas mãos largas e seguiram sem rumo, porque se alguém julga que há um rumo perdeu o tino, nunca irá encontrar o seu tesouro, o seu fim. O que encontra é sempre uma substituição, são apenas nomes de coisas, filosofias e teorias pesadas, uma corrente que nunca deixa ser a liberdade, memórias que nunca foram, feridas sem sentido nenhum. Mas menina encantada, vê como a sereia te acena de volta, ela acorda-te o interior das pálpebras e mar é a tua criação ilimitada.


se os meus pássaros
te dedicam palavras
o teu olhar desliza
uma palpitação musicada
que tece a corrente
de um rio dentro de mim
eu perco-me nas formas
dessa música
pois sonhei a ternura
e ela falou-me em ti
talvez caiba dentro de ti toda
nesse gesto de eternidade
quando encontro o teu olhar
percorrendo os meus corredores
em gestos infindos teus

P.s.: os meus corredores têm várias cores, mas às quartas são "aquele dia"... Aconselho, portanto. Levar material de campismo selvagem e anti-terrorismo soft ; )

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